A posição independente não impedirá o partido de lançar um candidato próprio à Presidência da Câmara com o apoio de partidos da oposição. O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) vem trabalhando sua candidatura e já manteve conversas com o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e com outros integrantes da cúpula tucana e do DEM para angariar apoios.
O senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), governador eleito do Distrito Federal, diz que, no Congresso Nacional, o PSB vai analisar caso a caso as votações para decidir se votará contra ou a favor do governo. Rollemberg diz que o apoio da oposição na disputa pela Presidência da Câmara não deve ser dispensado e que isso não será suficiente para “confundir” o PSB com os partidos da oposição tradicional.
“Disputar a Presidência da Câmara é uma escolha legítima porque temos posição de independência. E apoio não se recusa. Vamos manter nossa agenda propositiva programática dos pontos que trabalhamos na campanha com Eduardo Campos e nos reunir em torno de pautas específicas. Se acharmos que o governo está correto, apoiamos, se não, votamos contra”, afirmou o senador.
O partido enfrenta, desde a morte de Eduardo Campos em agosto, uma ausência de liderança nacional.
Marina Silva não participou do encontro em Brasília porque não faz parte da Executiva Nacional. Socialistas repetem que a ex-senadora é bem-vinda se quiser continuar na legenda, mas acreditam que ela deverá investir no projeto de criação da Rede Sustentabilidade e deixar o PSB.
O ex-presidente do partido, Roberto Amaral, que assumiu o cargo logo após a morte de Eduardo Campos, não compareceu à reunião. Ele rompeu com as demais lideranças socialistas quando o PSB decidiu apoiar Aécio Neves no segundo turno da eleição presidencial. Na ocasião, o ex-dirigente deixou a Executiva Nacional do PSB e anunciou seu apoio à reeleição de Dilma Rousseff..