As contas pertencem a 14 executivos de empreiteiras sob investigação, ao ex-diretor de Serviços e Engenharia Renato Duque, ligado ao PT, e ao empresário Fernando Antônio Falcão Soares, o Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB. Três empresas ligadas a esses dois investigados também são alvo do bloqueio.
A Justiça Federal conseguiu bloquear R$ 3,2 milhões em uma conta de Duque. Outros R$ 8,5 milhões estavam em nome de duas empresas de Fernando Baiano, e R$ 10,2 milhões pertencem ao presidente da UTC Engenharia, Ricardo Ribeiro Pessoa. Para a Polícia Federal, ele é o coordenador do clube de empreiteiras que formaram um cartel para fraudar contratos com a estatal.
O maior volume de dinheiro foi encontrado em cinco contas do empreiteiro Gérson de Mello Almada: R$ 22,6 milhões. Almada é vice-presidente da Engevix Engenharia.
Moro determinou o embargo de até R$ 20 milhões nas contas brasileiras dos acusados. Parte estava com contas zeradas ou com valores irrisórios. Por isso, há suspeitas de que alguns investigados foram alertados com antecedência e fizeram movimentações financeiras a fim de burlar o bloqueio judicial.
Agora, as autoridades federais da Operação Lava Jato vão buscar a identificação das contas mantidas fora do Brasil para fazer acordos de cooperação internacional e tentar, com isso, o bloqueio legal desses valores.
As investigações detectaram contas no exterior em nome de outros envolvidos no esquema e acredita-se que a praxe se repita.
O bloqueio foi determinado pela Justiça Federal como medida cautelar, tendo como objetivo o ressarcimento ao erário de recursos desviados no esquema de corrupção da Petrobrás.
Fortuna oculta. Duque, que está detido na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, desde sexta-feira, até agora não revelou se tem dinheiro oculto. Ele nega ilícitos. Moro afirmou que o ex-diretor tem fortuna no exterior que estaria oculta, em contas secretas. O ex-diretor é apontado como responsável do PT pela cobrança de propina dentro da Petrobrás. Por meio da diretoria de Serviços, o partido ficava com 2% dos contratos da estatal, segundo afirmaram Costa e o doleiro Alberto Youssef, ambos delatores do caso.
Fora isso, Duque foi apontado pelos executivos das empresas Toyo Setal, Julio Gerin Camargo e Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, como o contato do clube montado pelas construtoras Camargo Corrêa, OAS, Odebrecht, Andrade Gutierrez, Mendes Júnior, Queiroz Galvão, Galvão Engenharia, UTC e Engevix. O grupo se reunia para definir obras e valores de grandes contratos públicos. As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo
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