Jornal Estado de Minas

Em Minas, Aécio critica o PT e diz que não usará critério partidário para indicações

O tucano disse que em um eventual governo a qualidade técnica será o pré-requisito para as nomeações da equipe de governo

Marcelo Ernesto Flávia Ayer
Aécio Neves participou de missa ao lado de correligionários no Santuário de Nossa Senhora da Piedade, em Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte - Foto: Euler Júnior/EM/D.A Press

O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves (PSDB), disse que não pretende usar o critério partidário para montar seu gabinete de governo, caso seja eleito. Segundo ele, o pré-requisito será a qualidade técnica. Em meio a críticas ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT), que concorre à reeleição, o tucano disse que sua proposta é de “encerrar o ciclo do PT”. “ Meu projeto é de união nacional, meu projeto é de resgate de valores na vida pública, da ética, da decência. E um projeto que vai buscar nos melhores brasileiros e não nos aliados os quadros para governar o país. A minha propostas é uma proposta corajosa de colocar fim a esse ciclo de governo que aí está”, disse, em visita nesta segunda-feira ao Santuário da Serra da Piedade, em Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

O tucano classificou como “herança perversa” o atual quadro econômico e social do país e disse que vai “declarar guerra à inflação”. Ele acredita que seu eventual governo vai inaugurar um novo ciclo, inclusive, na relação com os adversários.
Aécio participou de uma missa celebrada em conjunto pelos padres Carlos Antônio, pró-reitor do santuário, e pelo reitor, Fernando César. O evento foi restrito a poucas pessoas. Estavam presentes o senador eleito Antônio Anastasia (PSDB), um dos coordenadores da campanha tucana, Danilo de Castro, o prefeito da capital, Marcio Lacerda (PSB), e correligionários.

Sobre o santuário católico, Aécio Neves disse que visitou o local para pedir forças para a reta final de campanha. Disse que não é um ato de campanha. “Saio daqui energizado para enfrentar os desafios”. Segundo ele, o que vai marcar a campanha desta semana será diferença entre as propostas dele e da presidente Dilma Rousseff. “Eu vou falar a verdade, talvez essa seja a maior das diferenças. Eu vou pregar um Brasil novo, no futuro. Eu não vou fazer uma campanha, nesses últimos dias, até porque não fiz até aqui, olhando para o passado, buscando comparações com o passado. A minha proposta permitirá ao Brasil se reencontrar”, disse

Ele disse que o debate desse domingo na TV Record foi mais propositivo e defendeu essa linha. Mas avisou que pode mudar de postura, caso seja atacado. “Não aceitarei a infâmia, a mentira, a calúnia, a deturpação, obviamente elas serão sempre respondidas”, falou.


O tucano ainda reagiu à tentativa do PT de colar a crise hídrica em São Paulo ao aliado Geraldo Alckmin para desgastá-lo. O presidenciável defendeu o governador e, repetindo seu argumento, culpou a "maior estiagem dos últimos 80 anos" pela falta d'água. Por outro lado, acusou o governo federal de não fazer parcerias com o governo paulista para resolver a questão. "Vi a água sendo discutida em São Paulo (na campanha) e vimos o resultado. O Estado fez algo adequado, que foi bônus para quem economizar. Talvez tenha faltado uma parceria maior com o governo federal.".