Jornal Estado de Minas

Dilma: não somos da guerra, mas encaramos a boa briga

Em mais um discurso na linha do "nós e eles", Dilma disse que o Brasil não pode voltar para trás e que quando "eles" estiveram no governo não fizeram os programas que agora dizem que vão fazer

- Foto: Ichiro Guerra

A presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), afirmou nesta sexta-feira, 17, que sua campanha não vai deixar de rebater as acusações dos adversários tucanos, mas negou que esteja fazendo uma campanha de ódio. "Nós não somos da guerra, não somos da briga, mas quando nos desafiam a gente encara uma boa briga", disse, em discurso na praça Generoso Marques, no centro de Curitiba. No Paraná, o governador Beto Richa (PSDB) foi reeleito no primeiro turno, com 55,67% dos votos.

Ao lado do vice-presidente Michel Temer, do candidato derrotado ao governo do Paraná Roberto Requião (PMDB), que ficou em segundo lugar, com 27,56% dos votos, e do vice-presidente licenciado de Agronegócios e Micro e Pequenas Empresas do Banco do Brasil (BB), Osmar Dias (PDT), Dilma não citou o nome de Aécio Neves (PSDB), nem do economista Arminio Fraga, mas criticou o indicado pelo tucano para assumir o ministério da fazenda em um eventual governo do tucano. "O candidato a ministro da Fazenda, aquele que deixou o Brasil de joelhos duas vezes, segundo ele, não se sabe o que vai ser dos bancos públicos", disse.

Em mais um discurso na linha do "nós e eles", Dilma disse que o Brasil não pode voltar para trás e que quando "eles" estiveram no governo não fizeram os programas que agora dizem que vão fazer, como o Bolsa Família. "Eles quando puderam não fizeram e hoje com a cara limpa dizem que vão fazer o Bolsa Família. Não vão não. Porque nunca fizeram", disse.

A petista disse ainda que "quando eles puderam" sucatearam as universidades e não olharam para os pequenos agricultores. "Agora querem acabar com a política industrial desse País que voltou a criar várias oportunidades", afirmou.

Antes de Dilma, Requião fez um rápido discurso, no qual atacou a oposição e disse que a reeleição de Dilma é a segurança para os empregos e salários.
"Do outro lado é o liberalismo, submissão do País ao lucro dos grandes banqueiros", afirmou. Coube a Requião animar a plateia e puxar coro com o nome de Dilma. Pedindo para que a militância levantasse a mão, afirmou: "Os que não estiverem conosco se arrependerão por toda a sua vida".

Dilma participou de uma caminhada, feita em cima de um carro aberto, ao lado dos peemedebistas e de Dias. A ex-ministra e candidata derrotada ao governo do Paraná Gleisi Hoffmann (PT) não participou do ato. Ela ficou em terceiro lugar na eleição, com 14,87% dos votos.

Durante o percurso, Dilma seguiu o roteiro tradicional, acenando, fazendo corações e até pegou uma criança no colo. Segundo os organizadores, o ato reuniu cerca de oito mil pessoas.

Desempenho no primeiro turno

Aécio teve vantagem em relação a Dilma no Paraná, ao conquistar 49,79% dos votos no primeiro turno contra 32,54% dela. Marina Silva (PSB) teve 14,20%. Em Curitiba, o desempenho do tucano foi ainda melhor: 55% dos votos. Marina veio em seguida, com 20% da preferência do eleitorado. Dilma ficou com o terceiro lugar, com 18,79%.

Antes da passagem por Curitiba, Dilma participou de evento em Florianópolis (SC) hoje pela manhã. Santa Catarina é o Estado onde Aécio obteve sua maior votação no primeiro turno: 52,89% dos votos totais. Dilma ficou em segundo lugar (30,76%), e Marina, em terceiro (12,83%).

Agenda

A previsão, segundo a agenda da presidente, é que Dilma retorne a Brasília. No sábado, 18, ela participaria de um evento no Rio de Janeiro, que foi adiado, e ela deve permanecer em Brasília.
No domingo, 19, Dilma deve se preparar para o debate da TV Record, em São Paulo. Na segunda-feira, 20, Dilma deve cumprir agenda no Rio e também participar na capital paulista de dois atos ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Serão os primeiros eventos conjuntos dos dois no segundo turno. Na terça, 21, a previsão é que os dois façam um ato em Pernambuco..