Jornal Estado de Minas

Pimentel vai ter trabalho para conseguir maioria na Assembleia

Governador eleito Fernando Pimentel terá que se esforçar para contar com uma base forte na Assembleia

Juliana Cipriani Pedro Rocha Franco
O governador eleito Fernando Pimentel (PT) vai ter de se esforçar para construir uma forte base aliada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, necessária para a aprovação dos projetos do Executivo. Pelo que se desenha no resultado das urnas, ele tem inicialmente a seu favor apenas 26 dos 77 deputados estaduais. Isso porque todos os outros partidos ou apoiaram seu adversário derrotado nas, o ex-ministro das Comunicações Pimenta da Veiga (PSB), ou concorreram em outras chapas na disputa pelo Palácio Tiradentes. Ao todo, 22 siglas conquistaram vagas na Casa, uma a mais que na eleição de 2010.
Ocorre que, apesar de o Executivo ter mudado de mãos, a composição do Legislativo seguiu mais ou menos a mesma divisão atual. A maioria dos eleitos faz parte da atual base do governador Alberto Pinto Coelho (PP), que sucedeu o ex-governador Antonio Anastasia (PSDB): 40 fazem parte das 14 siglas (PSDB, PP, DEM, PSD, PTB, PPS, PV, PDT, PR, PMN, PSC, PSL, PTC e SD) que apoiaram o candidato tucano Pimenta da Veiga na disputa contra Pimentel.

Na atual composição da Assembleia, o PSDB de Pimenta é o partido com a maior bancada, de 14 cadeiras, seguido pelo PT de Fernando Pimentel, com 11. Nesta eleição os tucanos perderam cinco cadeiras, vendo sua bancada reduzida para 9 vagas. Já o PT ficou com 10, mas assume, empatado com o PMDB, o posto de maior bancada.

Na contabilidade geral, a coligação Minas para todos, aliada de Fernando Pimentel que reuniu os partidos PT, PMDB, PRB e PROS, elegeu 22 deputados para a Assembleia de Minas Gerais. Juntos dos três eleitos pelo PCdoB, eles serão a base inicial do governador eleito Fernando Pimentel (PT) nos próximos quatro anos.

A base aliada ao governo do grupo tucano, atualmente no Palácio Tiradentes na ALMG é de 54 deputados – 47 deles estão na coligação de Pimenta. A oposição atual, que reúne quatro dos cinco partidos que sustentaram a candidatura de Fernando Pimentel, tem 23 nomes. A outra legenda que saiu com o petista foi o PROS, que tem hoje duas cadeiras no Legislativo e, apesar de estar em um dos blocos governistas na atual legislatura, se aliou à chapa petista já na campanha pelo governo de Minas.

COMPOSIÇÃO
As perspectivas, no entanto, não são tão ruins. Partidos como o PDT, PV e PTB integram nacionalmente a base da presidente Dilma Rousseff (PT), o que pode ajudar na composição, caso ela seja reeleita. Os pedetistas, por exemplo, passaram sua bancada de três para quatro cadeiras. Já o PV viu o número de vagas reduzidos de cinco para quatro e o PTB se manteve com quatro. Partidos como PSB e PR, que já foram aliados nacionalmente do governo do PT também estão no horizonte de possíveis novos aliados.

Segundo o deputado Durval Ângelo, no entanto, a base de Pimentel pode ser maior. “Muitos que não eram da coligação já apoiaram o Pimentel, em todos os partidos. O Fábio Cherem (PSD), por exemplo, e o Braulio Braz (PTB) . Agregamos mais de 10, que, sem ser da base dele (Pimentel), discordavam do Pimenta”, afirmou. Já a oposição que deve se manter fixa será formada pelos deputados estaduais do PSDB, DEM e PPS, rivais históricos do PT. Entre eles, os tucanos conquistaram nove cadeiras, PPS três e DEM duas.