Estrategistas da campanha da petista afirmaram que é preciso criar um ambiente com mais "emoção" na reta final do pleito, de modo a impulsionar o eleitorado e garantir apoios de última hora. Além do mais, a ação serve para fazer um contraponto à ex-ministra Marina Silva (PSB), principal adversária de Dilma e que nas pesquisas qualitativas encomendadas pelo PT é identificada pela população como alguém simples, "gente como a gente".
A agenda de rua será reforçada a partir do retorno da presidente de Nova York, onde ela abre amanhã a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Na quinta-feira, 25, Dilma participa pela manhã de uma caminhada em Feira de Santana, na Bahia. Na noite do mesmo dia, haverá um comício em Ceilândia (DF) com a presença do principal cabo eleitoral da petista, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na sexta-feira, 26, o mais provável é que Dilma marque presença, em São Paulo, em uma mobilização das centrais sindicais pela defesa de direitos trabalhistas batizada de "Nem que a vaca tussa". Está agendado ainda um comício em Porto Alegre no sábado e a última semana da campanha será totalmente voltada para agendas de massa nos três maiores colégios eleitorais do País: Rio de Janeiro, Minas e Gerais e São Paulo. Com isso, a equipe do marqueteiro João Santana terá farto material para preencher as duas últimas inserções de Dilma no horário eleitoral, que vão ao ar na terça e na quinta-feira da semana que vem.
A propaganda de Dilma no horário eleitoral gratuito já está explorando atos políticos em que ela está em contato direto com o povo. Na peça veiculada nesta tarde, por exemplo, a presidente aparece no meio de uma multidão e depois em duas visitas feitas a famílias contempladas com apartamentos do programa "Minha Casa, Minha Vida".
Apesar do tom mais emocional, Dilma não deve abandonar o confronto direto com Marina, que está em segundo lugar nos levantamentos de intenção de voto. O diagnóstico do comando da campanha da petista é que os ataques à ex-ministra e especialmente contra o programa de governo do PSB surtiram efeito e foram fundamentais para abrir uma vantagem em favor da petista nas sondagens para o primeiro turno. O objetivo do PT é destacar as "contradições" de Marina e lançar dúvidas sobre sua capacidade de governar, aumentando a rejeição da ex-ministra.
O diagnóstico do governo é que Marina "errou muito" e não soube responder às críticas. "A Marina adotou a tática de se vitimizar e isso passou fragilidade", afirma uma fonte graduada do comitê de Dilma..