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Estado de Minas

Greve em São Paulo dificulta acesso a estádio para partida do Brasil contra a Sérvia

Metroviários decidem manter paralisação após fechar 26 estações da capital paulista


postado em 07/06/2014 06:00 / atualizado em 07/06/2014 07:28

Depois do segundo dia consecutivo de caos, devido à greve dos metroviários em São Paulo, a categoria decidiu manter o movimento, que preocupa o governo Alckmin às vésperas da Copa. Enquanto as partes se digladiam – empregados querem 12,2% e empregadores oferecem 8,7% –, os problemas de mobilidade da maior cidade da América Latina, que dificultaram o acesso à partida entre o Brasil e Sérvia, último amistoso do Mundial ontem, continuam. Apesar da ameaça de multa de R$ 100 mil por dia ao sindicato caso 100% dos trens não operem durante os horários de pico e 70% nos demais períodos, os grevistas ignoraram a determinação judicial. Eles fecharam 26 das 61 estações da capital.

O clima se acirrou logo de manhã, quando a Polícia Militar foi acionada para impedir que grevistas realizassem piquetes nas estações de metrô, impedindo os funcionários que não aderiram à paralisação de trabalhar. Na estação Ana Rosa, PMs usaram balas de borracha e bombas de efeito moral, de acordo com a corporação. Os grevistas afirmaram, entretanto, que foi usado gás lacrimogêneo. Houve confusão. Jurandir Fernandes, secretário de Transportes Metropolitanos, informou que havia acertado com o titular da Segurança, Fernando Grella, o esquema para impedir os piquetes. “Se houver obstrução, haverá desobstrução física”, afirmou Jurandir ontem.

Em uma demonstração do acirramento da situação, o secretário anunciou que o governo encaminhou um pedido de urgência para o julgamento da legalidade da greve, marcado inicialmente para o domingo, mas que pode ocorrer hoje. A ideia é que, dependendo da decisão, a pasta possa começar a demitir os grevistas. Secretário-geral do Sindicato dos Metroviários, Alex Fernandes elevou o tom, ao responder a ameaça, dizendo que a categoria vai “até as últimas consequências” e que não está “assustada” com a possibilidade de perder o emprego.

Outra tentativa de dar fim à greve, por parte do governo, foi encaminhar, ontem de manhã, 220 telegramas a condutores de trens pedindo que fossem trabalhar no turno que começou às 14h. E mais 220 seriam mandados para os empregados que cumprem expediente à noite. O objetivo é que as correspondências sirvam como prova de que os metroviários sabiam da ilegalidade do movimento. O envio dos avisos também foi criticado por Alex. Ele considerou que o Metrô está pressionando as pessoas a voltar a trabalhar, em uma violação ao direito constitucional de greve.

Em dias comuns, costumam passar pelo metrô de São Paulo cerca de 4,5 milhões de passageiros. Na quinta, foram atendidos apenas 1,8 milhão. Ontem, não havia balanço até o fechamento desta edição, mas estimava-se que cerca de 3 milhões puderam acessar o transporte. Apesar disso, apenas 35 das 61 estações ficaram abertas durante o dia – ou 53% dos terminais de acesso aos passageiros. Inicialmente, os grevistas pediram 35,47% de reajuste salarial. Depois, a reivindicação caiu para 16,5%, chegando aos atuais 12,2%. Eles até demonstraram, nas últimas reuniões com a Justiça do Trabalho, que podem reduzir o valor, mas nunca abaixo de dois dígitos.

Os patrões, por sua vez, disseram ser impossível oferecer mais que os 8,7%. Desembargador que presidiu a sessão de ontem, Rafael Pugliese até tentou chegar aos 9%, mas não houve concordância de nenhum dos lados. Na audiência, porém, ficou mantida a decisão de quinta-feira à tarde, de garantia de 100% dos trens rodando nos horários críticos, que foi ignorada pela categoria ontem. O descumprimento da determinação levou a mais um recorde de lentidão, com 214km pela manhã, superando a marca do dia anterior, de 209km. A volta para casa, no entanto, foi mais tranquila, registrando lentidão compatível com a rotina do trânsito na cidade.


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