Jornal Estado de Minas

Pesquisa CNT/MDA aponta para 2º turno na disputa para presidente

Pesquisa CNT/MDA sobre as intenções de voto para presidente da República mostra queda de quase sete pontos percentuais de Dilma Rousseff e crescimento de 4,6 pontos de Aécio

Isabella Souto
A pouco mais de cinco meses para as eleições deste ano, pela primeira vez os eleitores brasileiros sinalizam que podem levar a disputa pela Presidência da República para o segundo turno.
É o que mostra pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Transportes (CNT)/MDA entre os dias 20 e 25 deste mês e divulgada ontem. O levantamento mantém a liderança da presidente Dilma Rousseff (PT), com 37% das intenções de votos dos 2,2 mil entrevistados, mas aponta um crescimento de seus principais adversários – o senador Aécio Neves (PSDB) e o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), citados por 21,6% e 11,8%, respectivamente. O tucano e o socialista somam 33,4% das intenções de voto, mas levando-se em conta a margem de erro de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos, eles podem chegar a 35,6% e Dilma cair para 34,8% – o que significa a necessidade de uma nova etapa nas eleições presidenciais.


Num cenário eleitoral com os candidatos dos chamados partidos nanicos, as chances de um segundo turno aumentam. Dilma teria no primeiro turno 36,5%, Aécio 21,5%, Eduardo Campos 11,2% e José Maria Eymael (PSC) 0,6%, enquanto os demais somam 0,8%. No comparativo com a pesquisa realizada em fevereiro, Dilma registrou uma queda de 6,7 pontos percentuais (ela foi preferida por 43,75 dos entrevistados há dois meses), enquanto Aécio Neves cresceu 4,6 pontos percentuais e Eduardo Campos teve uma oscilação positiva de 1,9 ponto percentual – abaixo da margem de erro. O número de quem pretende votar em branco ou nulo manteve-se estável: 20,4% em fevereiro e 20% neste mês.

Situação semelhante foi registrada em relação àqueles que não sabem em quem votar ou preferiram não responder ao questionário: 9% há dois meses e 9,6% nesta última rodada da pesquisa.

A pesquisa apontou três cenários para uma eventual disputa em segundo turno. Nos dois em que a presidente Dilma Rousseff está presente, ela seria reeleita com folga, embora a diferença para os adversários tenha caído em comparação ao levantamento feito em fevereiro. Contra Aécio Neves, a petista venceria por 39,2% e 29,3%. Já em uma disputa com Eduardo Campos, a petista levaria 41,3% dos votos, bem acima dos 24% destinados ao pernambucano. Sem Dilma Rousseff na disputa, Aécio Neves levaria melhor: teria o voto de 31,3% dos eleitores, contra 20,1% para Eduardo Campos. Esse é o cenário com maior número de votos brancos ou nulos (32,9%) e indecisos (15,7%).

Desempenho

Um dos fatores que podem explicar a queda da presidente Dilma na preferência do eleitorado é a própria avaliação do seu governo: a pesquisa mostra um equilíbrio entre aqueles que consideram a gestão da petista positiva (32,9%) e negativa (30,6%). Entre o total de entrevistados, 5,9% classificam o governo como ótimo e 27% como bom. Já 16,3% apontaram a administração federal como péssima e 14,3% ruim. Em fevereiro, 36,4% consideravam o governo bom ou ótimo e 24,8% ruim ou péssimo.

O desempenho pessoal de Dilma também sofreu uma queda: se em fevereiro 55% aprovavam a presidente, este mês o índice é de 47,9%, enquanto a desaprovação da petista cresceu de 41% para 46,1%. Talvez por um reflexo disso, 28,1% dos entrevistados tenham afirmado que querem que o próximo presidente da República mantenha “totalmente” ou a “maioria” das ações adotadas pelo atual governo.
Outros 68,7% preferem que aquele que receber a faixa presidencial em janeiro de 2015 mude totalmente ou a maioria das ações governamentais.

 

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