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Estado de Minas

Congressistas triplicam presença nas mídias digitais, mas deixam eleitores sem respostas

Maioria nem sequer responde e-mails. Sites não divulgam gastos de gabinete, não fazem enquetes nem dão voz ao eleitor


postado em 01/03/2014 06:00 / atualizado em 01/03/2014 14:26

Sessão conjunta do Congresso: dos 513 deputados e 81 senadores, apenas 80 são considerados influentes nas redes sociais da internet(foto: Antônio Augusto/Agência Câmara - 10/12/13)
Sessão conjunta do Congresso: dos 513 deputados e 81 senadores, apenas 80 são considerados influentes nas redes sociais da internet (foto: Antônio Augusto/Agência Câmara - 10/12/13)

Embora nos últimos três anos os congressistas brasileiros tenham triplicado a sua presença no Twitter e no Facebook – passando de 3,2 milhões para 9 milhões de seguidores e fãs nas duas plataformas – deputados federais e senadores mantêm um velho hábito que não combina com o mandato representativo: 80% não respondem aos emails de eleitores. Talvez para não serem “incomodados”, entre os 81% que mantêm sites, menos da metade – 44% – divulga o endereço eletrônico. De olho no pleito de outubro, os sites são usados por 88% principalmente para cadastrar eleitores. Só 5% deles divulgam gastos de gabinete, 12% fazem enquetes e apenas 16% publicam a opinião dos eleitores (veja quadro).


As informações são do pesquisador Alexandre Secco, da Medialogue, que realizou entre setembro e novembro de 2013 um levantamento junto aos 513 deputados federais e 81 senadores em sua relação com as mídias digitais. Igual pesquisa foi feita em 2011. “Os parlamentares brasileiros ainda são pouco interativos. A internet é muita usada como nas mídias impressas”, salienta Secco. Os sites, que são criados para oferecer um conjunto de informações mínimas sobre o mandato, não vão muito além do cadastramento, no que diz respeito à interação com o eleitor. “É uma prática positiva cadastrar o eleitor. Mas é mais uma vez uma relação de mão única. O parlamentar manda a informação quando quer”, acrescenta o especialista.

Os parlamentares também foram classificados em termos de influência, definida por um conjunto de indicadores que privilegiam variáveis quantitativas do tipo número de seguidores e fãs, diversidade de plataformas de mídia empregadas para a comunicação com um público diversificado, além de dados qualitativos do tipo interação com os eleitores e transparência na divulgação das informações. Entre os 513 deputados federais e 81 senadores da República, apenas 80 foram considerados influentes. “Senadores são mais influentes do que deputados federais e têm investido mais nas mídias digitais”, considera Secco. Ao mesmo tempo em que os mais influentes se dividem de modo equilibrado entre parlamentares novatos e veteranos, há uma predominância etária de 41 a 59 anos nesse grupo, em que prevalecem também governistas. São Paulo, seguido de Minas Gerais e do Rio de Janeiro são os estados com maior número de congressistas influentes: 16%, 12% e 10%, respectivamente.

FÃS E SEGUIDORES De acordo com a pesquisa, a distância que separa os parlamentares mais influentes nas mídias digitais dos parlamentares medianos é relativamente grande. Entre os mais influentes, 83% mantêm seus blogs atualizados, contra 53% da média. Os influentes têm em média quatro vezes mais fãs no Facebook e três vezes mais seguidores no Twitter. Também são mais cuidadosos com mensagens enviadas por eleitores: mais da metade responde a emails, contra apenas 20% na média dos parlamentares. Além disso, são mais transparentes, pois 84% usam seus canais digitais para divulgar informações sobre seu mandato, contra 57% na média.

Os partidos políticos fazem uso muito heterogêneo das redes sociais. O PCdoB foi classificado como aquele que tem a bancada mais influente. Enquanto os socialistas se destacam pelo uso do Twitter, o PSC é o mais presente no Facebook e o PV dá mais atenção aos emails. Já o PTB é a sigla que menos atribui importância às mídias digitais e sobretudo ao email. No geral, tucanos e petistas fazem um uso similar das mídias sociais.

Entre 2011 e 2013, o uso do Facebook entre políticos cresceu mais do que o Twitter. No conjunto, os congressistas ampliaram de 1,1 milhão para 4 milhões o número de adeptos de suas fanpages – um salto de em 264%. Já os seguidores de parlamentares pelo microblog passaram de 2,1 milhões para 5 milhões, um crescimento de 138%. A maior expansão da base de seguidores do Facebook se explica: no geral, os parlamentares estão dando mais atenção a esta mídia do que ao Twitter. Nada menos do que 92% atualizam a sua fanpage. Em 2011, apenas 77% a atualizavam frequentemente. Já com o Twitter, 62% dos congressistas o atualizam, contra 70% em 2011.


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