Jornal Estado de Minas

Provável candidatura de Anastasia ao Senado abre disputa entre partidos aliados

Aliados da base do governo tucano em Minas se reuniram nessa terça-feira para discutir vaga de suplente

Bertha Maakaroun - enviada especial
Interessados em influir na decisão de quem será o suplente do governador Antonio Anastasia (PSDB), provável candidato ao Senado Federal, partidos aliados da base do governo tucano em Minas se reuniram nessa terça-feira, na sede do PPS, a convite da presidente da legenda no estado, deputada Luzia Ferreira. Além do PPS, representantes do PTB, do PDT, do DEM e do PV, incomodados por acreditar que estão à margem da discussão em torno da sucessão ao Palácio da Liberdade, decidiram se organizar em um grupo de pressão para que o nome à suplência de Anastasia saia de um consenso interno. O vereador Pablito (PV), que deixou o PSDB no ano passado, introduziu a preocupação: “O PSD quer indicar o nome, o DEM também quer. E nós do PV também”. Marcando posição, Luzia Ferreira afirmou: “O PPS também quer”. O refrão foi repetido, na sequência, também pelo presidente estadual do PDT, Mário Heringer.
Entre aliados, a indicação do suplente de Anastasia adquiriu na negociação da chapa majoritária status de, no mínimo, um “mandato” de quatro dos oito anos de senador. “A política é intrépida”, ironiza um representante partidário presente na reunião. O cálculo que passa pela cabeça dos aliados é o de que, na carona de Anastasia, haveria duas possibilidades de se chegar ao Senado. A primeira seria na hipótese da eleição do senador Aécio Neves (PSDB) à Presidência da República, neste pleito ou em 2018. A segunda seria em 2018, quando esses partidos da base consideram que Anastasia voltaria a concorrer ao governo de Minas.

O grupo dos “excluídos” pretende voltar a se reunir todas as segundas-feiras. Na semana que vem o encontro será na sede do PDT, quando outras questões ganham relevância. A formação das chapas proporcionais é uma delas. Como todos esses partidos têm um porte médio, em termos de resultados, não costuma ser interessante a adesão ao chamado chapão, que comumente reúne, em seu núcleo, o PSDB, o PP e o DEM. Democratas se sentiram prejudicados nas últimas eleições e, desta vez, estudam com o PTB, o PDT, o PPS e o PV integrar uma espécie de “chapão das chapinhas”, em que só entrariam legendas de porte médio.

Matemática

O “chapão das chapinhas” poderá ter um só bloco com as legendas aliadas do governo tucano em Minas para as eleições proporcionais ou poderá se desdobrar em várias chapinhas – coligações de dois, ou três partidos médios. A conta é matemática e, nesse sentido, as siglas têm que apresentar a composição de suas chapas com o respectivo potencial eleitoral de cada um dos seus membros. “A posição dos partidos médios é desconfortável. Os grandes são grandes, vão para o chapão. Os muito pequenos fazem chapa com um ou dois para eleger o presidente dos próprios partidos. E nós médios, estamos tentando montar o chapão das chapinhas”, explica Mário Heringer. Com ele faz coro Luzia Ferreira, que lembra: como as coligações não são verticais, legendas que estão na base do governo federal e do governo do estado, como é o caso do PDT, do PTB, PV e do PSD, poderão no plano federal caminhar com o PT e, no estadual, em coligação formal com o PSDB. “Todos afirmaram na reunião que terão independência para decidir em Minas a política de alianças”, considera.