Possível candidato ao Senado nas eleições de 2014, o governador Antonio Augusto Anastasia (PSDB) tem pela frente a que promete ser uma de suas tarefas mais difíceis antes de entregar o cargo para o vice Alberto Pinto Coelho (PP): concluir a reforma administrativa, que prevê a extinção de secretarias, sem deixar fissuras na base aliada. Conforme promessa do governador, o estado começa o ano já com o novo organograma. Ao final das mudanças permanecerão 17 secretarias, ante 23 que existiam até o ano passado.
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Avaliação do governo de Anastasia sobe 13 pontos percentuais, aponta pesquisaAo lado de Anastasia, Dilma sobrevoa áreas atingidas pelas chuvas em Minas Anastasia pede rapidez em votação sobre marco regulatório da mineraçãoGovernador Anastasia visita obras no entorno de ConfinsTroca no secretariado do governo de Minas abre vaga dos sonhosComo previsto pelo parlamentar, a pressão não funcionou. Ao menos em parte. A reforma teve início ontem, com a exoneração de três deputados que haviam assumido cargos no governo. Agostinho Patrus (Turismo) volta para a Assembleia. Em seu lugar entra Tiago Lacerda, responsável pela Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo, que ficará responsável pelas duas pastas e também pela de Esportes, que era comandada por Eros Biondini (PTB), que retorna para a Câmara dos Deputados. Agostinho é do PV. A exoneração de Biondini ocorreu no dia 27. O deputado federal Alexandre Silveira (PSD), da Secretaria de Gestão Metropolitana, volta para o cargo em Brasília. A pasta será unificada com a de Desenvolvimento Regional, Política Urbana e Gestão Metropolitana.
O secretário de Regularização Fundiária, Wander Borges (PSB), também reassume vaga na Assembleia. A pasta será anexada à de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que passa a ser comandada por José Silva – até então na Secretaria de Trabalho – em substituição a Elmiro Nascimento, deslocado para a Vice-Presidência da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa). A pasta do Trabalho foi unida à de Desenvolvimento Social, de Cássio Soares (PSD), que é deputado estadual. José Silva também é parlamentar (deputado federal pelo Solidariedade) e outro parlamentar que segue no governo.
Na avaliação do presidente do PTB, as mudanças no secretariado seguem até 15 de janeiro. Anastasia deve deixar o cargo de governador em 5 de abril, seis meses antes da eleição, conforme determina a lei, mesmo mês, portanto, que o defendido pelos suplentes. Entre os deputados do PTB que viraram secretários, apenas um é do PTB, Eros Biondini, que responde pela pasta de Esportes e Juventude, que na reforma de Anastasia será fundida com as de Turismo, comandada por Agostinho Patrus (PV), e Extraordinária da Copa do Mundo, de Tiago Lacerda, filho do prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda. “O que o governador fizer estará benfeito”, pontua Dilzon.
Da base governista assim como o PTB, o PDT coloca mais pressão sobre o governador. “O que queremos é indicar o secretário do Trabalho e Emprego”, afirma o deputado estadual Alencar da Silveira Júnior. A pasta hoje está com o deputado federal Zé Silva, que era do PDT e migrou para o Solidariedade. A secretaria também está entre as que serão fundidas. Nesse caso, a junção será com a de Desenvolvimento Social, do deputado estadual Cássio Soares (PSD).
A quem pergunta, o vice Alberto Pinto Coelho afirma que as alterações a serem feitas no governo partirão exclusivamente do próprio Anastasia. “Será um mandato de continuação”, repete. Interlocutores do governador acreditam que haverá a possibilidade até mesmo de que o perfil do secretariado, hoje dividido entre políticos e técnico, penda mais para esse último lado, com chances inclusive de que adjuntos assumam os postos.
A reforma administrativa do governador Anastasia foi aprovada em segundo turno pela Assembleia Legislativa há cerca de 20 dias. Segundo deputados, a tendência é que, com a aprovação das mudanças pela Casa, Anastasia passará a tratar das modificações na estrutura de governo com os aliados.