Jornal Estado de Minas

Recém-criado Pros já tem a sétima bancada da Câmara dos Deputados

Legenda recém-criada promove cerimônia para filiar 28 deputados. Dirigentes dizem que trabalharam quatro anos para formalizar a sigla e alfinetam a Rede de Marina

Correio Braziliense
O Partido Republicano da Ordem Social (Pros) comemorou nessa quarat-feira, em ato no Salão Negro do Congresso Nacional, a filiação de 28 deputados federais. No evento, parlamentares ainda corriam para entregar as fichas de adesão aos dirigentes da legenda a tempo de respeitar os prazos eleitorais. O ato também oficializou a escolha do líder da sigla, o deputado federal Givaldo Carimbão (ex-PSB-AL), que conduzirá os trabalhos pelo menos até sábado, fim do prazo para a troca de partido. No discurso, os integrantes da nova legenda não pouparam a Rede Sustentabilidade de críticas e ressaltaram o tamanho do Pros, que já nasce com a sétima maior bancada da Câmara.
Além dos deputados federais, o presidente do Pros, Eurípedes Júnior, contabiliza 60 estaduais, 300 prefeitos e aproximadamente 4 mil vereadores. O trunfo, no entanto, são o governador do Ceará, Cid Gomes, e o irmão Ciro, dissidentes do PSB. Só os dois levaram quatro deputados federais, 11 estaduais e 50 prefeitos, entre eles, o de Fortaleza, Roberto Cláudio. “O Pros veio para ficar. Pode ter certeza: nós chegaremos no (patamar) dos grandes partidos para, em algum tempo, ter também candidato a presidente da República”, disse Givaldo Carimbão.

A agremiação ainda conta com a possibilidade de a Rede, da ex-senadora Marina Silva, não ser validada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Nesse caso, eles esperam a adesão de Domingos Dutra (PT-MA), Miro Teixeira (PDT-RJ) e Osmar Terra (PMDB-RS). No evento da tarde de ontem, o Pros criticou o processo de criação da legenda de Marina e ressaltou que, ao contrário da Rede, passaram muito tempo recolhendo assinaturas. “Viemos organizados em um trabalho de quatro anos, enquanto outras pessoas querem fazer projeto em sete meses. Não saí candidato em 2010 para poder me dedicar (à criação do partido)”, disse Eurípedes Júnior.

Segundo o secretário-geral da sigla, Raul Canal, a legenda adotou a estratégia de remunerar os colaboradores. Foram pagos R$ 2 por cada assinatura validada e, antes de submeterem as firmas aos cartórios eleitorais, foi feita uma checagem. Só com as rubricas, foram gastos R$ 3 milhões, contabiliza o dirigente.

Debandada

O PSD, precursor de mais sucesso da onda recente de criação de siglas no país, perde para o Pros Ademir Camilo (MG). O partido do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab já chegou a ter uma bancada de 50 deputados federais. Agora, espera ter, até o fim da semana, 44 parlamentares em exercício. Ontem, em reunião com o líder da legenda na Câmara, Eduardo Sciarra (PR), foi anunciada a filiação dos deputados Jaime Martins (ex-PR-MG) e José Humberto (ex-PHS-MG). Até o momento, o PSD segue como a quarta maior da Câmara.

Kassab afirmou que essa movimentação política é normal e está dentro do prazo, e disse ainda torcer para que a Justiça Eleitoral autorize a criação da Rede. “Espero que a Justiça possa constatar que o partido obedeceu à legislação e possa participar das eleições”, comentou.

Barbosa defende mandato para ministros

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, defendeu que o mandato de ministros da Corte seja “longo, mas delimitado”. Ele disse que o momento não é adequado para um debate sobre a mudança na forma de indicações de integrantes do STF. Entretanto, ao comentar declaração do ex-presidente Luiz Inácio Lula Silva — que é favorável a mandatos no Supremo —, Barbosa observou que já defendeu essa tese.