“Tenho certeza que, diante de qualquer tipo de equívoco ou irregularidade, a corregedoria toma as medidas necessárias”, afirmou o tucano, referindo-se à apuração sobre a “prisão para averiguação” de Miranda. O instrumento extinto pela Constituição foi reeditado pelo delegado Zadra para deter o profissional que fotografava, da porta da Câmara, o trânsito de viaturas na Diretoria de Transportes da Polícia Civil, em Santa Efigênia. Ontem, o governador participou da solenidade de entrega de 200 viaturas (como as fotografadas), rabecões e motocicletas para a Polícia Civil, um investimento de R$ 12 milhões.
Testemunhas
O delegado Cylton Brandão disse que, na semana que vem, vai tomar o depoimento das testemunhas do caso. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas cobrou providências do Ministério Público para apuração da conduta de Zadra. Segundo Miranda, ao ser abordado, ele explicou que era repórter fotográfico, prestando serviço ao Estado de Minas, o que não impediu que o policial o pegasse pelo braço e o empurrasse no peito, conduzindo-o até uma sala, onde ficou isolado, sem seus equipamentos de trabalho e sob a vigilância de outro integrante da Polícia Civil, por pelo menos 40 minutos. Zadra pediu apoio do Grupo de Operações Especiais (GOE) para registrar a ocorrência, mas acabou recuando e liberando Miranda, sem qualquer anotação oficial da detenção. Ao libertá-lo, o delegado alegou que tudo não passou de “mal-entendido” e que não tinha nada pessoal contra o repórter.
Ontem, durante a solenidade de entrega das viaturas, foi notada a ausência de Zadra, que se identificou aos jornalistas como diretor de transporte da Polícia Civil e que, anteontem, cuidava pessoalmente da preparação de algumas viaturas entregues ontem. Os veículos adquiridos devem ser encaminhados a 171 unidades policiais, em 135 municípios, incluindo a Região Metropolitana de Belo Horizonte.