Jornal Estado de Minas

Após tumulto com manifestantes, Léo Burguês pedirá reintegração de posse da Câmara

Durante sessão na tarde desta segunda-feira, alguns jovens ofereceram coxinhas aos parlamentares. Um deles tentou entrar no plenário e foi impedido pela segurança o que gerou confusão e bate-boca

Marcelo Ernesto - Enviado especial a Curitiba
O clima ficou tenso na Câmara, após os seguranças da Casa imdedirem os manifestantes de entrar no plenário - Foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press
Após a confusão no plenário da Câmara Municipal de Belo Horizonte na tarde desta segunda-feira, o presidente da Casa, vereador Léo Burguês (PSDB), afirmou que vai pedir a reintegração de posse do prédio. Em entrevista coletiva no fim da tarde, Burguês afirmou que o Legislativo Municipal não pode ficar refém dos manifestantes. "A Câmara tem que ser das três milhões de pessoas de Belo Horizonte, não só de 30, nem de 50", afirmou, se referindo aos manifestantes que voltaram a ocupar o local desde a quinta-feira da semana passada. O pedido de reintegração está sendo redigido e deve ser apresentado à Justiça nesta terça-feira.
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Ainda segundo o tucano, o tumulto de hoje só ocorreu porque os manifestantes tentaram invadir o plenário e, por isso, os seguranças tiveram que reagir. Além das bandejas com coxinhas, que foram usadas para ironizar o parlamentar, um dos homens teria tentado atingir o presidente da Casa com uma pedra e moedas, que teriam sido arremessadas no plenário durante a sessão. De acordo com informações do 22° Batalhão da Polícia Militar, ninguém chegou a ser preso durante a abordagem da PM, que foi chamada ao local para registrar o Boletim de Ocorrência.

Pelo menos quatro manifestantes ficaram feridos durante a confusão desta tarde. Entre eles, está Alexandre Mazus, de 25 anos, que acabou sendo atingido com um soco no olho. Ele e os outros integrantes da Assembleia Popular Horizontal também registraram boletim de ocorrência e, segundo o jovem, vão realizar exame de corpo de delito, no Instituto Médico Legal (IML), para comprovar as agressões. Em nota, a Assembleia Popular Horizontal classificou a ação da segurança da Câmara como "barbárie pura e simples". Os manifestantes afirmaram que o protesto seguia pacífico até que foram reprimidos "com violência" pelos seguranças. 

Tumulto 

A sessão desta segunda-feira – que durou cerca de 30 minutos -, terminou em agressão, empurra-empurra e troca de acusação entre manifestantes e seguranças. Enquanto os parlamentares discutiam a possibilidade de criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os contratos do transporte público na capital, um dos jovens que protestava em uma das portas de acesso ao plenário tentou entrar no espaço para distribuir coxinhas. Nesse momento, os seguranças agiram e um dos manifestantes acabou atingido. Com a confusão, o quorum foi derrubado e a sessão encerrada. Apenas três projetos da pauta - analisados antes da interrupção -, foram aprovados em 1° turno.

Com informações de Felipe Canêdo