Leia Mais
Ministro pede serenidade a índios e fazendeiros envolvidos em disputas por terrasMinistro da Justiça vai a MS tentar mediar impasse com índiosÍndios protestam no Rio Grande do Sul e são recebidos por Tarso GenroCNBB pede adiamento de reunião até que impasse entre governo e mundurukus seja resolvidoMinistra se reúne com CNBB e Cimi para discutir conflitos indígenasMinistério de Minas e Energia sugere parcerias com índios em empreendimentos hidrelétricosCanteiro de Belo Monte pode voltar a ser ocupado, diz líder indígenaÍndios, fazendeiros e MPF defendem indenização para solucionar conflitosDilma cria agência para reforçar apoio à agricultura familiarDa Base Aérea de Campo Grande, o ministro seguiu de helicóptero para Sidrolândia com o governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), do superintendente da Polícia Federal no Estado, Paulo Marcon, e do secretário estadual de Justiça, Wantuir Jacini.
Vigília
A aeronave não pousou na região do conflito, onde desde o início do dia cerca de 200 terenas faziam vigília na entrada da fazenda Buriti. à espera da tropa de 110 homens da Força Nacional enviada pelo governo federal. “Vamos ouvir o que eles têm para dizer e ver como é que eles chegam aqui”, afirmou Otoniel Gabriel, um dos líderes dos índios. Com a reintegração de posse suspensa, as forças de segurança não foram à fazenda invadida. Mas, ao longo da manhã, ônibus levavam índios de outras etnias, dispostos a ajudar os terenas na ocupação da Buriti.
Do lado dos fazendeiros, o dia também foi tenso. Pela manhã, proprietários rurais que tiveram terras ocupadas nos últimos dias tentaram carregar o gado para fora da área de conflito.
“O meu prejuízo está em torno de R$300 mil”, disse Rubens do Amaral Júnior, que transferiu cerca de 900 cabeças pela manhã em caminhões carregados na fazenda ao lado da Buriti. Ele arrendava parte da fazenda Lindoia, na qual os terenas entraram depois do assassinato de Oziel. “Eles falaram pro funcionário: vai embora. Só deu tempo de ele pegar uma motinho. Ficaram com tudo, trator, tralhas de arreio, casa, tudo”, contou Amaral.
De acordo com o produtor rural, no dia seguinte os índios passeavam com o trator confiscado da propriedade. “Ainda tem lá umas 70, 80 novilhas. Eles levaram umas 200 cabeças para a aldeia deles.”
No fim da manhã, já de volta a Campo Grande, Cardozo se reuniu com indígenas acampados ao lado do Jóquei Clube da cidade. Lá, recebeu documentos que reivindicam a celeridade na demarcação de terras e também reclamação contra o projeto de Emenda Constitucional 215, que transfere ao Legislativo o poder de decisão dobre a demarcação de terras.
Apesar de afirmar que saiu de Mato Grosso do Sul “esperançoso” de ter passado a mensagem de “redução da violência”, Cardozo reconheceu que “evidentemente o problema ganha cada vez mais contornos explosivos à medida que ele não é resolvido”. “A primeira tarefa é fazer com que as pessoas percebam que não podem agir com violência”, disse o ministro.