Jornal Estado de Minas

Impasse continua na Câmara de BH para saber quem votou no lugar de Pablito

Para o presidente da Câmara de BH, a única coisa que esta clara até agora é que não houve violação do painel eletrônico. Resta saber quem votou no lugar de Pablito ou se houve "um problema técnico" na hora da marcação da presença

Vereador Pablito - Foto: Tulio Santos/EM/D.A PressA novela envolvendo a fraude do painel eletrônico da Câmara dos Vereadores de Belo Horizonte não tem data para acabar. O presidente da Casa, vereador Léo Burguês (PSDB), disse nesta segunda-feira que vai se reunir à tarde com os parlamentares para explicar quais procedimentos serão adotados daqui pra frente. “Houve uma fraude, isso é fato. Agora queremos encontrar o culpado”, reiterou o vereador, que na última sexta-feira anunciou a contratação de uma auditoria externa para verificar quem praticou delito. Para Burguês, a dúvida permanece. “Foi um problema técnico ou uma ação humana?”, indaga Burguês.
Após a denúncia de fraude no painel envolvendo o vereador Pablo César, o Pablito (PSDB), que esticou o feriado de 1º de maio até o último dia 7 e, mesmo assim, teve a presença confirmada em três reuniões, uma auditoria interna da Casa foi realizada. O resultado apontou que não houve violação do painel eletrônico e Pablito nega que tenha passado a senha para votação.

Diante da perícia feita por técnicos de informática da Câmara, Burguês anunciou na última sexta-feira a contratação de uma auditoria externa para, juntamente com o funcionários da Casa, explicitar se a fraude é fruto de uma ação humana ou, ainda, se ocorreu um problema técnico. “Precisamos dar uma resposta para isso”, disse Burguês.

Após a revelação da fraude no painel eletrônico, houve uma reação forte por parte dos demais vereadores da Casa ( total de 41), que questionou a segurança para votação por meio do painel eletrônico. Alguns chegaram a ameaçar até uma “greve” nas votações, até que o mistério seja solucionado.

Questão jurídica

Outra polêmica que o “Caso Pablito” levantou é sobre a obrigatoriedade ou não do pedido de autorização à Mesa Diretora, por parte dos parlamentares, em caso de viagem ao exterior. O regimento interno da Câmara não trata especificamente sobre o assunto. No entanto, que a Câmara Municipal deve seguir o que prevê a legislação interna da Câmara e do Senado. Ou seja, Pablito deveria ter pedido licença.

Conforme o vereador envolvido nesse imbróglio, o comunicado só ocorreu cinco dias depois de ele ter embarcado para os Estados Unidos. Pablito informou na terça-feira à noite, um dia depois de ter chegado ao Brasil, que havia enviado ofício à Mesa Diretora, informando que estava viajando no período e que o seu nome contava na lista de presença do painel eletrônico.