Jornal Estado de Minas

Média do custo de campanha dos candidatos a vereador em BH foi de R$ 204 mil

Vereadores eleitos em outubro precisaram de bem mais dinheiro do que em 2008 para garantir uma cadeira no Legislativo de BH.

Alice Maciel Daniel Camargos

Para conseguir uma vaga de vereador em Belo Horizonte os candidatos precisaram gastar o dobro de dinheiro em relação à última eleição, em 2008. O gasto médio dos eleitos foi de R$ 204.476 ante R$ 101.937 há quatro anos. Os 41 eleitos conquistaram um total de 276.689 votos, o que representa um custo de R$ 27,67 por voto recebido. Considerando o valor gasto por eleitor, o vereador que teve o voto mais “caro” foi o tucano Pablito: R$ 75. Na sequência, seu colega de partido, Léo Burguês, com R$ 66, e depois o médico Alexandre Gomes (PSB), com R$ 64 por eleitor.

A elevação dos custos foi inflada por diversas campanhas que giraram em torno R$ 500 mil. Foram seis vereadores que chegaram próximo ao meio milhão: Daniel Nepomucemo (PSB), Pedro Patrus (PT), Iran Barbosa (PMDB), Pablito (PSDB) e Léo Burguês (PSDB). Na eleição de 2008 só Iran Barbosa rompeu a barreira de R$ 300 mil. Para conseguir se reeleger, Iran aumentou os gastos para R$ 511 mil. Mesmo assim a campanha não foi tão cara quanto a de Daniel Nepomucemo, que passou de R$ 235 mil para R$ 581 mil, mais que dobrando os valores.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) disponibilizou nessa quinta-feira as receitas e os gastos dos candidatos. Porém, quatro dos 41 vereadores eleitos não tiveram as informações divulgadas: Pastor Jorge Santos (PRB), Juninho (PT), Leonardo Mattos (PV) e Dr. Sandro (PCdoB). Mesmo sem contabilizar os valores dos quatro candidatos, o total gasto pelos eleitos quase dobrou na comparação com a última eleição.

Em 2008, a soma do dinheiro investido pelos 41 eleitos foi de R$ 4,17 milhões. Neste ano, a quantia é de pelo menos R$ 7,65 milhões. O Parlamento da capital mineira teve uma expressiva renovação, sendo que foram eleitos 22 novos vereadores. Dos novatos, o que mais gastou na campanha foi Pedro Patrus, filho do candidato derrotado a prefeito Patrus Ananias (PT). Pedro gastou R$ 574 mil, tendo a segundo campanha mais cara.

Do outro lado da tabela, com a campanha mais barata, também está um vereador novato. Vere da Farmácia (PTdoB) declarou ter gasto apenas R$ 1.485. Outro econômico foi o ex-jogador de vôlei, Pelé (PTdoB), que conseguiu ser eleito investindo R$ 3,5 mil, segundo os dados do TSE.

As prestações de contas são obrigatórias para todos os 2.333 candidatos a prefeito e 70.222 a vereador em Minas Gerais que disputaram o primeiro turno das eleições. O prazo é válido também para os comitês financeiros e partidos políticos. No caso dos candidatos a prefeito que disputaram o segundo turno, a apresentação das contas de campanha referentes aos dois turnos vai até o dia 27 de novembro deste ano.

Quem não apresentou a declaração será notificado pela Justiça Eleitoral e terá de prestar contas no prazo de 72 horas. Se continuar omisso, as contas serão julgadas como não prestadas, impedindo o candidato de obter certidão de quitação eleitoral durante o período do mandato para o qual concorreu. Nenhum candidato poderá ser diplomado antes que suas contas sejam prestadas. Elas serão analisadas e julgadas pelos juízes eleitorais. De acordo com o calendário eleitoral, a diplomação ocorrerá até 19 de dezembro, ficando a cargo do juiz eleitoral de cada município marcar a data.