Jornal Estado de Minas

Candidatos a prefeito de SP: PSDB fala em "inexperiência" e PT em "'mentiras"

Agência Estado
No segundo dia de propaganda eleitoral no rádio, veiculada entre 7h e 7h20 desta terça-feira, o programa do candidato do PT a prefeito de São Paulo Fernando Haddad, atacou o que chamou de "mentiras" do adversário no segundo turno, o tucano José Serra. Por sua vez, o programa de Serra questionou a competência de Haddad como administrador, citando os vazamentos de questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e a redução de leitos nos hospitais universitários durante a administração do petista à frente do Ministério da Educação.
O programa de Haddad contou com a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que apareceu pela primeira vez na propaganda de rádio no segundo turno e rebateu as críticas tucanas de que Haddad seria um político "inexperiente e incompetente".

"Aprendi que não se ganha uma eleição falando mentiras. A maior arma é a verdade. Por exemplo: é um grande absurdo dizer que o Haddad é um político inexperiente e incompetente. Ele foi o melhor ministro da Educação da história do Brasil e eu garanto que ele será um grande prefeito", afirmou Lula. O ex-presidente atribuiu os ataques ao "desespero". "Os velhos políticos de sempre estão desesperados", disse.

O próprio candidato rebateu as críticas de que a campanha do tucano fez à sua administração como ministro da Educação, acusando as administrações de Serra e Gilberto Kassab (PSD) de não ter construído creches na capital paulista. "Eu quero deixar claro para o ouvinte que São Paulo perdeu a chance de construir 172 creches por culpa exclusiva da Prefeitura de São Paulo, que não pediu os recursos que estavam e estão disponíveis para a cidade", afirmou.

Haddad também saiu em defesa do Exame Nacional do Ensino Médio. "O Enem é dos maiores empreendimentos da história da educação porque acabou com um gargalo: pobre não entrava na universidade, ponto. Hoje a população de baixa renda sabe: ela tem oportunidade garantida na universidade", rebateu o candidato.

No programa de Serra, o tema da saúde foi usado para atacar o petista. Narradores questionaram o fechamento de 1.500 leitos em hospitais universitários na última década. "Isso representa uma redução de 15% dos leitos dos 46 hospitais universitários", apontaram. Além disso, apresentaram dados de supostos relatórios do próprio governo federal dizendo que em 2008 faltavam 5.543 funcionários nesses hospitais e que até agora não houve concurso para contratações. "Se o Haddad não tem competência para cuidar de 46 hospitais universitários, imagine se vai ter competência para cuidar da saúde da cidade de São Paulo?", questionou o narrador.

O vice de Serra, Alexandre Schneider, destacou os problemas na aplicação do Enem. "O Enem foi marcado por falhas graves de segurança: provas que vazaram, pessoas que pegaram provas... Quer dizer, foi uma bagunça o Enem. (Haddad) teve três chances e nas três foi reprovado porque a prova teve problemas", afirmou o vice.

Serra criticou também a proposta do programa de governo de Haddad de acabar com as Organizações Sociais (OS) na saúde. "(O PT) não está propondo nada novo. O que é novo não tem cabimento, como acabar com as Organizações Sociais na saúde, o que significa tirar as irmãs Marcelinas dos hospitais da Prefeitura e das Amas (Assistência Médica Ambulatorial), ou a Santa Casa ou as irmãs de Santa Catarina, que são excelentes administradores da saúde. O PT quer acabar com isso, quer estatizar tudo", afirmou Serra.