Espalhados pelas esquinas ou circulando de carro pelas ruas internas, equipes de policiais militares acompanhavam o movimento de eleitores, sem agir diretamente contra a distribuição de santinhos por cabos eleitorais, que abordavam eleitores de forma discreta, a fim de não serem flagrados pela fiscalização.
Mesmo com o novo esquema de segurança, o temor em falar abertamente com a imprensa ainda é quase uma regra. Quem se dispõe a conversar, geralmente pede para não ter o nome publicado ou não fala sobre assuntos de segurança.
“Está tudo tranquilo. Todo mundo está numa boa. Um ótimo domingo”, limitou-se a dizer um morador, que trabalha de marceneiro. Outro eleitor aceitou dar o nome, mas desconversou quando a pergunta foi sobre a influência das UPPs na comunidade: “Sobre isso aí, é melhor não falar nada”, disse o pintor Carlos Henrique.
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Moradores do Complexo do Alemão recebem capacitação para estimular turismoComando expulsa dois policiais militares por saque no Alemão Complexo do Alemão no Rio recebe mais duas UPPsSoldado é baleado no Complexo do Alemão, no RioBope vai ficar no Alemão por tempo indeterminadoBope continua no Complexo do Alemão até prender responsáveis pela morte da policial Policial do Bope é baleado em confronto no AlemãoAo lado do Complexo do Alemão, outra comunidade que recebeu recentemente uma UPP é a Vila Cruzeiro. Nas ruas é possível entrar e fazer fotos, mas os moradores continuam inseguros em falar com a imprensa.
Enquanto descansava sob uma árvore, o alagoano José Paulo dos Santos, falou o que achava dos políticos. “Eu voto porque é obrigatório. Mas depois a gente vê os políticos meterem a mão no dinheiro público e perde a confiança”, disse Santos, que encerrou a conversa quando o rumo derivou para o papel das UPPs na região: “Desse assunto eu não sei nada não”.
Mais relaxados, um grupo de jovens bebia cerveja em um bar próximo. Depois de falarem sobre as aventuras do craque Adriano do Flamengo, que volta e meia aparece por ali, onde se criou, os moradores disseram que votaram todos em uma candidata à reeleição que mantém permanentemente um centro social na comunidade.
“Minha mãe não enxergava um palmo. Passou a ver tudo, depois que ganhou um óculos da vereadora”, disse Fernando da Costa, que foi logo apoiado pelo primo José Leandro: “E a minha mãe arrancou dente e botou uma dentadura”, disse ele, apontando para o centro social, onde também é possível cortar cabelo e até fazer massagem. Tudo de graça.