Jornal Estado de Minas

Gilmar Mendes apoia sessões extras no julgamento do mensalão


O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes disse nesta segunda-feira que apoiará o presidente da Corte, Carlos Ayres Britto, caso ele decida pela realização de sessões extras para cumprir o cronograma do julgamento do processo do mensalão. "Esta é uma questão que o presidente terá de avaliar", afirmou. "Se houver necessidade, ele certamente fará a convocação e nós vamos apoiá-lo", disse o ministro, após participar do seminário "Guerra Fiscal - os Caminhos do Acordo", realizado na capital paulista.
O ministro preferiu não entrar na polêmica envolvendo o argumento da necessidade ou não de prova cabal contra os réus do mensalão, principal ponto de debate entre os advogados de defesa após a sustentação oral do procurador-geral da República, Roberto Gurgel. "Vamos ouvir os advogados", afirmou. "Não vou emitir juízo sobre o processo."

O ministro Marco Aurélio Mello disse , nesta segunda-feira, que rejeita a tese de que só um ato de ofício levaria à condenação de um réu por corrupção. "O que vão querer em termos de prova (de corrupção)? Uma carta? Uma confissão espontânea?", questionou.

Também hoje começa a fase de defesa no julgamento do mensalão no Supremo. O primeiro a falar será o advogado José Luis Oliveira Lima, defensor de José Dirceu. Lima vem afirmando que Gurgel não apresentou provas contra seu cliente, apenas "ilações".

Mendes disse ainda que o episódio envolvendo a suposta pressão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para adiar o julgamento foi superado. "Foi tudo superado. O que tinha de ser falado já foi falado", afirmou.