Jornal Estado de Minas

Integrantes do primeiro e do segundo escalão da prefeitura filiados ao PT pedem demissão

Eles seguem orientação da executiva estadual do partido depois do rompimento com o PSB

Isabella Souto

Começou nessa quinta-feira a debandada de petistas da administração Marcio Lacerda (PSB): 13 secretários ou dirigentes de órgãos de primeiro e segundo escalão entregaram seus cargos em caráter irrevogável. Em carta encaminhada ao prefeito da capital, eles se colocaram à disposição para a transição por uma questão de “responsabilidade profissional e compromisso com a cidade”. Dessa forma, permanecerão em suas cadeiras até que a exoneração seja publicada ou seus substitutos sejam escolhidos.
A entrega dos cargos da prefeitura foi discutida entre os secretários e acertada hoje, quando foram definidas as chapas que disputarão as eleições de outubro. Trata-se de um reflexo do rompimento entre PT e PSB na sucessão de Lacerda. Diante de uma decisão dos socialistas de não coligar na disputa pelas 41 cadeiras de vereador, os petistas optaram por lançar um candidato próprio. “As opções políticas explicitadas nos últimos dias não nos deixam alternativa a não ser a de entregar os cargos neste momento”, afirmaram os petistas na carta.

Estima-se que o PT tenha atualmente cerca de 900 indicados para cargos comissionados na Prefeitura de Belo Horizonte – dos quais os 13 têm atuação direta com o gabinete do prefeito. Desde o rompimento com os socialistas a direção estadual do PT determinou a todos os seus filiados a saída do governo. O vice-prefeito Roberto Carvalho, que preside a legenda na capital, defendeu o contrário, ou seja, a permanência nos cargos, que ele considera adquiridos “por direito” ao vencer as eleições em 2008. Mas ele foi voto vencido.

Prejuízo

Além da perda de espaço, o PT terá prejuízo financeiro com a saída do governo municipal. Pelo estatuto da legenda, todos os filiados têm um desconto no contracheque que vai para o caixa do partido. O índice varia de 1% a 6%. Nos bastidores, os socialistas já estariam articulando a substituição dos petistas por filiados aos partidos que vão integrar a chapa de Marcio Lacerda à reeleição – um total de 15 legendas.

Deixaram os cargos: Paulo Roberto Bretas (secretário municipal de Planejamento, Orçamento e Informação); Jorge Nahas (secretário de Políticas Sociais); Macaé Evaristo (secretária de Educação); Celso Barbosa (secretário-ajunto de Educação); Murilo Valadares (secretário de Obras e Infraestrutura); José Afonso Bicalho (secretário de Finanças); Gina Rende (secretária-adjunta de Planejamento Urbano); Marco Antônio Rezende (procurador-geral do Município); Paulo Moura (presidente da Prodabel); Thais Pimentel (presidente da Fundação Municipal de Cultura); Rita Margarete Rabelo (administradora da Regional Leste); Flávia Mourão (administradora da Regional Venda Nova) e Evandro Xavier Gomes (presidente da Fundação Zoobotânica de Belo Horizonte).