No mesmo coro, o presidente da OAB no Rio de Janeiro, Wadih Damous, lembrou a importância da Comissão da Verdade, que pretende esclarecer violações de direitos humanos ocorridas no período da ditadura. “O fato de a presidente ter sido torturada em Juiz de Fora era desconhecido de todos, o que mostra a amplitude e a responsabilidade dos trabalhos que a Comissão da Verdade terá que desenvolver”, afirmou Wadih. Ele se disse impressionado com a contundência do depoimento de Dilma reproduzido pela reportagem. “É muito difícil conter a indignação diante do relato da presidente Dilma. São sofrimentos extraordinários que não encontram paralelo no cotidiano das nossas vidas.”
Para o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), conhecer mais um relato de tortura sofrida pela presidente da República colabora para a conscientização da sociedade, especialmente no momento em que a Comissão da Verdade começou a funcionar. “Todas essas histórias servem para as pessoas saberem a verdade, os fatos ocorridos, para que eles nunca mais se repitam”, destacou o petista.
“São depoimentos que servirão para a história. Essas pessoas que superam a dor e contam o que viveram contribuem para a história de todos e a história do Brasil naqueles anos tão difíceis”, afirmou Márcio Santiago, coordenador executivo da Comissão Estadual de Indenização às Vítimas de Tortura de Minas Gerais.
Em 20 mil dos 60 mil processos julgados, entre os 70 mil recebidos pela Comissão da Anistia desde 28 de agosto de 2001, quando foi instalada, cidadãos tiveram reconhecido o direito a indenizações no valor máximo de R$ 100 mil, que, juntas, somam R$ 2,4 bilhões.