O governo brasileiro apoia a reforma e nega que ela vá enfraquecer a CIDH. O porta-voz do Itamaraty, Tovar da Silva Nunes, disse na sexta-feira ao Grupo Estado que a reforma da CIDH tem como intuito dar maior ênfase aos avanços sociais e econômicos dos países, diminuindo a sua atual "politização".
O presidente do Equador, Rafael Correa, fez nesta segunda um discurso na assembleia - que tem nível de chanceler - no qual acusou os meios de comunicação de "manipular, mentir e injuriar dia a dia". Ele se queixou também de que os governantes são "levados ao banco dos réus por ONGs sem nenhuma representatividade". Correa criticou a OEA e a CIDH, que segundo ele estão a serviço dos interesses dos Estados Unidos, e têm de "revolucionar-se ou desaparecer".
Na abertura da assembleia, no domingo, o presidente boliviano, Evo Morales, e o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, fizeram críticas semelhantes. Morales acusou a CIDH de se preocupar apenas com países adversários dos Estados Unidos, e propôs que ela se volte também para violações dos direitos humanos naquele país. Já Maduro classificou a OEA e a CIDH de "instrumento da política externa" americana.
O chanceler venezuelano condenou também o Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (Tiar), aliança de defesa da soberania dos países do continente. Maduro qualificou o tratado de "cadáver". Ele disse que a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a União das Nações Sul-Americanas vão questionar o Tiar. Para a Venezuela e seus aliados, o Tiar perdeu a razão de existir porque não apoiou a Argentina na sua disputa com a Grã-Bretanha pelas Ilhas Malvinas.