Segundo estimativa da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), o custo da hora técnica de trabalho de um policial é US$ 350 dólares, ou seja, pouco mais de R$ 700. Considerando que a mobilização do efetivo teve início ainda pela manhã, a equipe destacada para o transporte do bicheiro consumiu pelo menos seis horas de trabalho, ao custo total foi de R$ 14 mil.
Pelo requerimento de criação da CPI, a comissão tem 180 dias para concluir os trabalhos a um custo estimado de R$ 200 mil para a condução da investigação parlamentar.
Celebridade
Sem algemas e usando um terno escuro bem cortado, Cachoeira chegou para depor na CPI com pinta de celebridade. Além de contar com escolta especial no traslado, ele foi poupado do constrangimento de passar pelo corredor polonês montado pela imprensa e curiosos à entrada do auditório de depoimentos. O bicheiro chegou por volta das 13h, escoltado pelo forte esquema de segurança montado pela Polícia Federal e o Departamento Penitenciário Nacional (Depen).
Cachoeira foi transportado em um van da PF e entregue sem algemas à Polícia Legislativa. Espalhados no auditório da CPI, corredores e salas anexas, agentes da PF acompanhavam os movimentos do público e imprensa que se acotovelavam.
Para evitar o assédio, Cachoeira valeu-se do prestígio do seu advogado, o ex-ministro Márcio Thomaz Bastos. Ele entrou pela garagem do antigo serviço médico e chegou à sala de depoimento por uma passagem estratégica ao lado do gabinete do senador Humberto Costa (PT-PE). Preso em 29 de fevereiro, Cachoeira está recolhido na ala federal do presídio da Papuda, no Distrito Federal, destinada a presos provisórios. A ala possui quatro celas de 12 metros quadrados cada. O bicheiro divide uma das celas com outros dois detidos na Operação Monte Carlo. Ontem, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) negou o pedido de liberdade ao contraventor.
Ainda ontem, a defesa de Cachoeira confirmou que ele não comparecerá ao Conselho de Ética do Senado hoje, na sessão para a qual foi convidado como testemunha de defesa do do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), processado por quebra de decoro parlamentar. (Com agências)