Na retomada do julgamento nesta tarde, Macabu disse que não há motivo para manter Cachoeira preso neste momento do processo. “A prisão é última medida a ser tomada antes da sentença final. Medidas alternativas não representam impunidade”, disse o desembargador.
Em vez da prisão, Macabu propôs que Cachoeira fosse proibido de sair de Goiânia, onde mora, se apresentasse periodicamente a um juiz e que entregasse o passaporte à Justiça, para não poder deixar o país.
Na semana passada, Macabu criticou a "espetacularizaçao das prisões" e disse que há uma preocupação “em prender todo mundo, desde que a notícia dê Ibope ". Ele também sinalizou nesta tarde que o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), que responde a inquérito em liberdade, pode ter mais influência que Cachoeira no suposto esquema criminoso.
A maioria a favor da prisão de Cachoeira começou com o voto do relator do processo, ministro Gilson Dipp, para quem o Estado “não pode ser ameaçado pelo envolvimento de seus agentes de segurança na organização criminosa”, da qual Cachoeira é "membro essencial". O ministro também disse que medidas alternativas à prisão não impediriam as atividades combatidas.
Os ministros Jorge Mussi e Marco Aurélio Bellizze também afirmaram que Cachoeira não pode ser solto no momento em que as provas do inquérito ainda estão sendo colhidas. “A liberdade prejudicará muito a instrução e a ordem pública”, justificou Bellizze.
A ministra Laurita Vaz, relatora original do pedido de habeas corpus, se declarou impedida de participar do julgamento porque mantém relacionamento social com pessoas ligadas a Cachoeira.
Inicialmente, Cachoeira foi para um presídio federal em Mossoró (RN) e, depois, transferido para o Presídio da Papuda, em Brasília, onde está desde abril. Na tarde de hoje, o empresário goiano deixou a prisão temporariamente para depor na comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) que leva o nome dele.