Jornal Estado de Minas

Roberto Carvalho afirma que PT não participa de aliança com PSDB em BH

Na interpretação do presidente municipal da legenda, a resolução aprovada nesse domingo não permite a presença dos tucanos na aliança. Caso contrário, o partido poderá caminhar sozinho

Marcelo Ernesto - Enviado especial a Curitiba
O vice-prefeito de Belo Horizonte e presidente municipal do PT, Roberto Carvalho, disse na tarde desta segunda-feira, durante entrevista coletiva, que a votação nesse domingo conduziu para o veto total à presença do PSDB na aliança e não elimina a possibilidade de o partido lançar candidatura própria para as eleições municipais deste ano na capital. Na interpretação do vice-prefeito, a resolução deixa clara a rejeição à presença dos tucanos na mesma chapa com o PSB, partido do prefeito Marcio Lacerda. Ontem, após uma votação acirrada, 225 delegados decidiram pela continuidade da dobradinha com o socialista.
Conforme Carvalho, se até o dia 15 de Abril, data que os petistas voltam a se reunir para, a princípio, definir o candidato a vice na chapa, o PSB não se posicionar sobre a retirada do PSDB da aliança, o PT voltará a colocar a tese da candidatura própria. “Poderemos fazer aliança com o PSB desde que não haja a presença dos tucanos na chapa. Se houver a presença dos tucanos, certamente o partido não irá unido”, afirmou emendando que a unanimidade no partido é sobre a não concordância em caminhar junto com os tucanos.

Questionado sobre o que mudou de 2008 para cá, época em que os caciques dos dois partidos rivais concordaram com a aliança para eleger Marcio Lacerda, Roberto Carvalho disse que “estava errado”. Para ele, a prática mostrou que a aliança entre as duas legendas não dá certo. “São programas conflitantes, são visões conflitantes. A aliança tem de ser aquela com partidos que têm identidade programática com o PT”, analisou.

A interpretação do presidente municipal do partido é divergente com o que disse Reginaldo Lopes, presidente estadual da sigla. Lopes afirmou que o veto ao PSDB é “ideológico”. Conforme o artigo 3° do texto da resolução, aprovada nesse domingo durante o Encontro Tática Eleitoral, o PT estabelece três pontos “fundamentais” para a formação do acordo eleitoral. O primeiro é a garantia do candidato a vice. Além da não participação de partidos que se opõem ao governo Dilma Rousseff – PSDB, PPS, DEM. E estabelece a coligação PT-PSB na chapa de candidatos a vereadores.

Eleição


Em uma disputa acirrada, que mostra a divergência de correntes no partido, 255 delegados votaram nesse domingo pela continuidade da dobradinha com o socialistas para tentar reeleger Marcio Lacerda (PSB). Outros 224 petistas se posicionaram a favor do lançamento da candidatura própria, o equivalente a 53% contra 47%. A reunião, chamada de Encontro de Tática Eleitoral, teve a presença de 497 delegados, sendo que 479 foram credenciados e puderam votar. No dia 15 de Abril, a sigla volta a se reunir para escolher os candidatos a vice.

Disputa interna

Até o momento estão colocados na disputa o deputado federal Miguel Corrêa Júnior, o deputado estadual André Quintão e o ex-deputado federal Virgílio Guimarães, que poderá ainda tentar emplacar algum nome técnico. Entre eles, o procurador geral do município, Marco Antônio Rezende Teixeira, a secretária municipal de Educação, Macaé, o secretário municipal de Obras e Infraestrutura, Murilo Valadares, ou até mesmo o secretário nacional de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Helvécio Magalhães, que já disse que não deixará o cargo.

Com informações de Bertha Maakaroun