Alencar disse ainda que houve cumplicidade dos partidos, e citou o PT, o PMDB, o PSDB e o DEM, para garantir a aprovação do projeto. Na sessão, o PSOL ainda tentou realizar a votação por meio de registro dos votos no painel eletrônico, mas não obteve apoio para isso. "O PDT, o PRB, o PV e o PSC receberam pressão e recuaram do apoio para a votação nominal", disse Alencar. Ele esperava derrubar a proposta, se os deputados tivessem de expor os seus votos nominalmente. A bancada do PSOL tem apenas três deputados e, regimentalmente, não tem poder para exigir esse tipo de votação.
Em junho, os deputados aprovaram o remanejamento dos cargos de livre nomeação - preenchidos sem concurso público - que são distribuídos entre os partidos proporcionalmente ao tamanho das bancadas. O PSOL argumenta que, se fosse atendida a regra, as bancadas que reduziram de tamanho perderiam 16 cargos e o remanejamento daria para atender o recém-criado PSD.
No lugar de aplicar a tabela dos cargos, a Câmara criou 56 Cargos de Natureza Especial (CNEs) e dez Funções Comissionadas (FCs), que são gratificações pagas ao servidor efetivo da Casa para trabalhar em outra tarefa. O PSOL reclama ainda do critério de distribuição dos CNEs. Enquanto a bancada de três deputados tem o direito a oito cargos, um suplente de secretário da Mesa Diretora tem dez cargos para livre nomeação.
Na quarta-feira à noite, depois da aprovação do projeto e temendo desgaste político, Marco Maia anunciou que não permitirá o preenchimento dos cargos que seriam extintos. A disposição de Maia, no entanto, não tem força para impedir a nomeação no futuro. O Ato da Mesa sugerido pelo presidente não anula o projeto de resolução, que tem força de lei.