O Ministério do Meio Ambiente (MMA), responsável pelo pagamento do Bolsa Verde, vem encontrando dificuldades para localizar as famílias na Amazônia. “Não é fácil. Recorremos ao Exército, ao Corpo de Bombeiros, para localizar grupos em situação de isolamento. Muitos não são alcançados pelo Estado”, diz um técnico do MMA ouvido pelo Correio. As primeiras famílias beneficiadas são de estados da Amazônia Legal, principalmente do Pará. Na lista oficial de beneficiados já estão 7,6 mil pessoas, mas o dinheiro liberado até agora, pouco mais de R$ 1 milhão, equivale a apenas 3.577 bolsas.
Catadores no DF
Em Brasília, a Secretaria de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda (Sedest) não conseguiu cadastrar nem um terço dos catadores de papel. Segundo a secretária, Arlete Sampaio, foram cadastrados 1.261 catadores, dos 4 mil que atuam no Distrito Federal. A atualização do cadastro único é responsabilidade dos estados e do DF. “Esse cadastro é complexo, é muito denso. Cada um leva 50 minutos. E muitas vezes o sistema cai”, diz a secretária. Ônibus foram providenciados para os catadores se deslocarem até centrais de cadastramento, mas a adesão foi baixa.
A busca ativa não foi colocada em prática porque a Sedest precisou atualizar 43 mil cadastros do Bolsa Família, 11 mil deles pendentes da gestão passada do GDF. “A gente percebeu que o cadastro único é uma bagunça. E a prioridade este ano foi a atualização. Só depois será feita a busca ativa”, diz Arlete. Reportagens do Correio revelaram que apenas R$ 1 milhão dos R$ 205,6 milhões liberados pela Presidência da República para o plano foram efetivamente gastos. Além disso, o MDS deixou de repassar R$ 80 milhões para a construção de cisternas no semiárido nordestino. Depois das reportagens, em nota, o ministério negou a existência de “ruptura” com a entidade responsável pela construção das cisternas.