Preparado por técnicos da diretoria-geral, o substitutivo do senador Benedito de Lyra prevê uma economia de R$ 150 milhões por ano na máquina administrativa da instituição, mantida este ano por um orçamento de R$ 2,3 bilhões. Parte da economia, de R$ 48 milhões, decorreria da redução dos terceirizados e do corte nos outros contratos.
A necessidade de impor uma reforma administrativa na Casa ganhou força em 2009, quando uma série de reportagens do jornal Estado de S. Paulo mostrou inúmeros desmandos em vários setores da Casa da contratação de servidores por atos secretos ao número exagerado de servidores, mais de 10 mil, contratados muitas vezes por critérios pessoais da administração.
A Fundação Getúlio Vargas foi contratada para elaborar o projeto. Como não agradou, parte da sua proposta foi substituída no ano passado por uma subcomissão presidida pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) e este ano por outra subcomissão presidida pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP) e relatada pelo senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES).
Criticada tanto pela área legislativa como pela administrativa, essa proposta foi substituída pelo texto agora encaminhado pelo senador Benedito de Lyra. Ele prevê a limitação de gastos dos telefones celulares utilizados por senadores e servidores, mas mantém as atuais cotas para gasolina, viagens e Correio e Telégrafos. O texto também mantém o chamado Serviço de Apoio Aeroportuário, que vem a ser o tratamento VIP dado aos senadores e servidores graduados no aeroporto de Brasília. A medida mantém entre as iniciativas do órgão a de "desembaraçar" bagagens e encomendas, o que pode ser entendido como a iniciativa de livrar do pagamento malas acima do peso ou com produtos que deveriam pagar pelo ingresso no País.