Antes mesmo do aval do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Renan já anunciou a filiação do senador Clésio Andrade (MG), que trocou o PR pelo PMDB. A adesão de Clésio repõe uma das duas vagas que o peemedebista perdeu para decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), que mandou afastar os senadores Wilson Santiago (PB) e Gilvam Borges (AP) para dar posse, respectivamente, a Cássio Cunha Lima (PB) e João Capiberibe (AP). O tucano e o socialista beneficiaram-se da decisão do Supremo que considerou a Lei da Ficha Limpa inaplicável às eleições de 2010.
Mais dois senadores do PR estão na mira de Renan: Blairo Maggi (MT) e Antonio Russo (MS). Ambos, no entanto, enfrentam dificuldades maiores que Clésio para trocar de partido. Maggi confirmou ao jornal O Estado de S. Paulo sua disposição de se mudar para o PMDB, seu "partido do coração", mas ressalvou que é um projeto de longo prazo.
Renanzistas
Enquanto os reforços não chegam, Renan se movimenta, internamente, para arregimentar "renanzistas". Ele começou o ano estremecido no cargo pela formação do G-8, grupo de oito peemedebistas independentes que não aceitaram se submeter, automaticamente, à sua liderança. Para diluir a força dos inconfidentes, o líder os afaga com benesses. Há duas semanas, Renan elegeu sem dificuldades Waldemir Moka (PMDB-MS) para a segunda vice-presidência do Senado, vaga aberta com a saída de Wilson Santiago. Clésio Andrade mal chegou e já se declara "renanzista convicto".
Em outra frente, o PMDB divulgou uma nota apelando ao STF que agilize o julgamento de dois peemedebistas barrados pela Ficha Limpa e que reivindicam o mandato: Jader Barbalho (PA) e Marcelo Miranda (TO). "Queremos tratamento igual para casos semelhantes" diz o presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), outro "renanzista" dedicado.