Enquanto uns optam por processos mais longos, outros querem a promessa de resultado fácil. É o caso do deputado Alencar da Silveira Jr. (PDT), que gastou cerca de R$ 7 mil para colocar um balão no estômago. Em quatro meses, Alencar perdeu 14 quilos dos 92kg que pesava, mas já recuperou oito. “Estou bebendo, não faço exercício e tenho uma alimentação que não é certinha. O balão foi a única forma que vi de perder peso”, afirma, mostrando que já consegue abotoar o terno.
O deputado admite que o ideal seria uma reeducação alimentar, mas está disposto a usar o balão seis meses sim, seis meses não por um longo tempo. São 700 mililitros de um soro azul dentro de uma prótese que pode ficar por até seis meses no estômago, reduzindo o apetite do paciente. “Descobri que estava gordo no dia que fui jogar futebol em Nanuque. Ninguém me conhecia e disseram: ‘Joga a bola para o gordinho’”, afirmou. O colesterol e o triglicérides baixaram. “As roupas servem melhor. Magrinho a gente fica mais bonito também”, comemora.
O mais empolgado da “geração saúde”, Alencar aplicou a tática do balão no colega Sávio Souza Cruz (PMDB), que chegou a pesar 140 kg e aderiu em 2 de setembro. Em dois meses e uma semana ele perdeu 24 quilos. “Brigo com a obesidade desde menino e com a idade isso pesa. Tinha de fazer exercício também mas estou só com o balão”, afirmou Sávio, que sente efeitos colaterais como sensação de queimação e vômito. O peemedebista pretende ficar o tempo máximo com o balão, mas nega que o emagrecimento seja para melhorar a imagem junto aos eleitores. “Se fosse isso teria feito no ano passado, da eleição”, alega.
Força de vontade
Com o deputado João Vítor Xavier (PRP), a recente perda de 19 quilos foi um pouco diferente. O regime começou depois do carnaval. “Foi quando viajei pro Rio de Janeiro e fiquei deprimido com minha forma física. Cheguei ao limite de perceber que tinha uma doença que era a obesidade”. Eram 124 quilos e, alem dos 19, ele quer perder mais 15. O parlamentar dá a fórmula: “Regime, disciplina e força de vontade”. Em termos mais práticos, João Vítor adicionou à sua rotina uma hora de corrida toda manhã e musculação. Durante a semana, evita carne vermelha. Cortou doces e refrigerantes radicalmente. Também fez tratamento com endocrinologista para cuidar da compulsão alimentar.
O deputado segue, aliás, a dica de outro político. Foi do secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Nárcio Rodrigues (PSDB), a ideia de comprar uma balança para se pesar todos os dias em casa. “Faço isso duas vezes diariamente”, conta João Vítor. O parlamentar pensa em experimentar um remédio para emagrecimento divulgado recentemente, mas vai ver o quanto mais consegue perder só com a força de vontade.