Detalhe: até terça-feira, dia 25, o governo havia liberado apenas R$ 92,3 milhões. Durante todo mês de setembro, foram liberados R$ 40,5 milhões. É por intermédio das emendas que deputados e senadores beneficiam seus redutos eleitorais com obras.
Outro recordista em liberação de emenda foi o PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Com 31 deputados e três senadores o partido foi beneficiado com farta distribuição de verbas de suas emendas: saltaram de R$ 22,5 mil para R$ 4,3 milhões, até sexta-feira.
O PSC, que em setembro não recebeu um níquel de emendas orçamentárias de 2011, ganhou R$ 3,2 milhões, até o fim da semana passada, para serem distribuídos entre seus 16 deputados. O PV, que também não havia recebido nada, recebeu R$ 2,2 milhões este mês para seus 11 deputados. Com uma bancada de 51 deputados e dois senadores, o novíssimo PSD de Gilberto Kassab ganhou R$ 4 3 milhões.
Acordo
A liberação de emendas de parlamentares feitas ao Orçamento deste ano foi uma das condições impostas pelos aliados para aprovar a emenda constitucional da Desvinculação das Receitas da União (DRU), mecanismo que permite à presidente Dilma Rousseff reservar 20% das receitas orçamentárias para gastar como quiser sem os vínculos das despesas obrigatórias.
Cada um dos 513 deputados e 81 senadores tem direito a apresentar emendas orçamentárias no valor total de R$ 13 milhões. Cada parlamentar exige que, no mínimo, sejam efetuados o pagamento de R$ 4 milhões de suas emendas. A DRU deverá ser votada na semana que vem no plenário da Câmara.
Maior bancada da Câmara, o PT também foi aquinhoado com verbas orçamentárias: foram liberados R$ 10,5 milhões, em outubro, contra R$ 1,7 milhão, em setembro, seis vezes.
Já os deputados do PMDB, um dos grandes queixosos do atraso na autorização de gastos do Orçamento, receberam R$ 12,1 milhões até sexta-feira passada contra R$ 1,4 milhão, em setembro - oito vezes mais.
Até parte da oposição foi contemplada com a abertura do cofre pela presidente Dilma Rousseff. À míngua nos últimos meses, o PSDB obteve R$ 4,4 milhões para serem distribuídos entre seus 49 deputados e 10 senadores. O DEM também foi beneficiado e ganhou R$ 2,5 milhões em outubro. Já os parlamentares do PPS não receberam um níquel de suas emendas ao Orçamento deste ano. O mesmo ocorreu com o PSOL, o PTC, o PRB, o PHS, o PMN e o PT do B.