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Estado de Minas

Em 15 anos, deputados federais definiram políticas para a educação, revela pesquisa

Estudo aponta que os parlamentares conseguiram deixar de lado o paroquianismo, sem se render também ao Executivo


postado em 24/10/2011 07:19 / atualizado em 24/10/2011 08:20

Envolvidos em denúncias de todos os gêneros, muitas vezes acusados de trabalhar pouco e em defesa de interesses particulares, os deputados federais – acredite se quiser – contribuíram para definir questões mais estruturantes das políticas públicas para a educação no país nos últimos 15 anos. É o que indica extensa pesquisa realizada pelo cientista político Ricardo Chaves de Rezende Martins, do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

Em números, o cientista demonstra que ao longo das quatro legislaturas do período compreendido entre 1995 e 2010 tucanos e petistas contribuíram para a legislação do setor, construindo, aperfeiçoando e convergindo para mudanças apresentadas às propostas dos governos Fernando Henrique Cardoso e Lula, principalmente no que diz respeito à forma de financiamento da educação. Diferentemente de uma política de ruptura entre os mandatários, ela foi de continuidade, coerente com o mesmo foco. “Governos diferentes, com suporte parlamentar diverso, promoveram, com decisiva participação do Poder Legislativo, radical mudança nos mecanismos de financiamento da educação pública, implantando procedimentos redistributivos de recursos e envolvendo o conjunto das três esferas da Federação brasileira”, afirma Ricardo Martins.

Ao analisar a aprovação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização dos Profissionais do Magistério (Fundef), em 1996, e o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), em 2006, temas estruturantes da área da educação, Ricardo Martins concluiu: “Há muita densidade na atuação do Congresso em relação à continuidade das políticas públicas cujos resultados têm sido positivos”.

Constituição

As duas iniciativas do governo FHC e do governo Lula foram muito alteradas no âmbito do Poder Legislativo, dentro de um entendimento entre petistas e tucanos na direção da mesma lógica: a preservação dos direitos universais assegurados na Constituição. Enquanto a proposta de FHC para o Fundef era voltada para o financiametno da educação fundamental, a de Lula expandiu a política de redistribuição de recursos para toda a educação básica. “Na linha do tempo, foi um processo de aprofundamento, de uma mesma sistemática. Coube ao Legislativo a introdução de uma etapa que estava fora do projeto do governo, que foi o financiamento de creches, assim como a complementação da União”, assinala o pesquisador.


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