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Estado de Minas

Dilma defende parceria global

Presidente lamenta cenário recessivo com altos índices de desemprego e redução de conquistas sociais e enfatiza: solução para crise econômica passa pela união dos países


postado em 05/10/2011 06:00 / atualizado em 05/10/2011 06:27



Há quatro décadas, o economista Edmar Bacha criou um país, a Belíndia. Por meio dessa imagem, ele mostrou o que era o Brasil: um país que crescia tanto quanto a Bélgica, mas continuava miserável como a Índia. A analogia começou a se desgastar há mais de uma década com a aceleração do crescimento do emergente asiático. Agora chegou a vez de ir para a lata de lixo da história, diante de situações explícitas de miséria nas ruas da Região Central de Bruxelas. Há dezenas de  sem-teto a 10 minutos de caminhada do hotel onde a presidente Dilma Rousseff se hospedou nos últimos dois dias.


Certamente, a miséria da Bélgica e de outros países europeus tem escala muito menor do que se vê no Brasil ou em outras nações da América Latina. Mas, para os belgas nascidos depois da Segunda Guerra Mundial, é uma imagem cada vez mais comum. O país, mesmo crescendo mais do que a média da Europa, não consegue escapar dos efeitos da crise econômica que tem levado à recessão ou, no mínimo, à estagnação. Em uma cidade sofisticada, onde vive um rei, uma rainha e todos os burocratas da União Europeia, a cena é ainda mais chocante: embute o tipo de contraste entre fausto e pobreza que se colou à imagem do Brasil pelo mundo afora.


Dilma, inclusive, mencionou ontem a arrogância com que o Brasil era tratado no passado recente por países desenvolvidos. Em uma rápida entrevista, no fim da tarde, ela foi perguntada se pretende convencer as nações desenvolvidas a adotar determinadas medidas para debelar a crise. “A única coisa que não se pode ter nas relações internacionais é uma certa soberba, que, aliás, nós conhecemos, porque tiveram com a gente”, afirmou a presidente. Ela se referia mais exatamente ao receituário aplicado na crise da dívida externa e da hiperinflação dos anos 1980 e 1990, que levaram o país à recessão. Mesmo sem dar receitas, Dilma afirmou que a Europa deve evitar medidas que resultem em recessão, desemprego e perda de direitos sociais.
Segundo a presidente, só é possível garantir crescimento com impulso ao poder de compra dos consumidores e aos programas de inclusão social.


Cooperação

Ao lado do presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, e do presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, a presidente Dilma Rousseff disse ontem que a solução para a crise econômica europeia passa pela cooperação global. “É fundamental a coordenação política entre países para fazer face a esse momento internacional”, disse.


O Brasil candidata-se a uma atuação ativa nesse papel de coordenação. Tanto é assim que Dilma usou como exemplo a ação do G-20, grupo que inclui os países mais desenvolvidos e os emergentes, e que foi formado na década passada em grande parte pelo esforço da diplomacia brasileira. Segundo Dilma, “em 2008 a ação conjunta do G-20 evitou o colapso bancário e a recessão.” Em seguida, Dilma lamentou que isso não tenha evitado duras consequências para os europeus, sobretudo os mais pobres. “Não se conseguiu retomar o crescimento sustentado, e novamente enfrentamos um cenário recessivo, com elevando nível de desemprego e erosão de conquistas sociais.”


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