O projeto inicial desse trecho em Jacuí (do km 538,8 ao km 593,8), previsto para ser inaugurado ano que vem, era de R$ 46,2 milhões e passou para R$ 92,9 milhões. Já o trecho de Ilicínea (do km 469,7 ao KM 517,5) tinha um custo inicial de R$ 148,4 milhões. Nesse trecho o tribunal identificou indícios de irregularidade, como superfaturamento nos serviços orçados com insumo de brita comercial e nos serviços de terraplanagem, e distância média de transporte praticada distinta da indicada no projeto executivo.
Até o início do mês que vem, o TCU vai realizar uma audiência com os responsáveis pela superintendência do Dnit em Minas para falar sobre o assunto. Como houve troca recente de todo o comando da entidade, o TCU também pretende convocar representantes da direção nacional do Dnit para discutir o assunto e mostrar os problemas. Caso as pendências não sejam resolvidas, as obras das BR-265 podem voltar para a lista de obras paradas impedidas de receber recursos da União. A reportagem tentou entrar em contato com a superintendência do Dnit, mas não localizar ninguém para comentar a decisão do TCU. Apesar das pendências, as obras na BR-265 receberam crédito suplementar em 2010.
Crise
Em julho, toda a diretoria do DNIT foi exonerada pela presidente Dilma Rousseff depois de denúncias de fraude e cobrança de propina envolvendo a entidade. A demissão coletiva foi o início de uma série de demissões feitas pela presidente em função de denúncias de corrupção e irregularidades no Ministério dos Transportes. A revelação das fraudes derrubou o ministro dos Transportes, Afredo Nascimento, e mais de 20 funcionários entre diretores e assessores da pasta e também do departamento. Foi o início da faxina promovida pela presidente que até agora derrubou quatro ministros investigados por suspeita de corrupção.