O recado foi dado por quem comanda a pasta responsável pela exploração do pré-sal. Para Lobão, a utilização dos recursos do petróleo não seria uma alternativa viável para ampliar investimentos em saúde. “É solução distante. O pré-sal só vai começar a produzir daqui a sete ou oito anos. Não podemos distribuir recursos hoje que não existem”, disse o ministro, na saída do desfile de Sete de Setembro.
Para Lobão, a necessidade de recursos para a saúde é urgente. “A saúde precisa de recursos já. O governo está preocupado com isso e procura outra solução. Quando o pré-sal estiver produzindo, examinaremos”, destacou. E foi enfático sobre a possibilidade de a Petrobras investir na saúde: “Os recursos da Petrobras são para investir na exploração de petróleo. Saúde é do orçamento da República”.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, também presente no desfile do Dia da Independência, repetiu a necessidade em ampliar o montante de verbas, mas não falou de onde virá o dinheiro. Ele transferiu para os parlamentares a responsabilidade de encontrar solução. “Confio no Congresso para garantir a aprovação de regras claras e estáveis, e fontes de recursos para a saúde”, disse.
O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, comentou que o governo não tem projeto pronto sobre a possibilidade de utilizar os recursos do petróleo. “O governo ainda não tem posição firmada (sobre financiar a saúde com royalties). A Emenda 29 por si não resolve o problema do financiamento, mas ainda estamos estudando, não temos uma ideia amadurecida.”
Previdência
Não é somente a área da saúde que está de olho nos recursos que virão dos royalties do pré-sal. O ministro da Previdência, Garibaldi Alves, enxerga a riqueza do petróleo como uma saída para o déficit do setor. “A Previdência vai fazer estudos (para pleitear financiamento com recursos do pré-sal), pois há um desafio a longo prazo, e o pré-sal tem essa semelhança de um calendário de recursos”, afirmou.