Os ataques de petistas ao PMDB e seus dirigentes durante o Congresso do PT, realizado no fim de semana em Brasília, não surpreenderam a cúpula peemedebista, mas incomodaram o conjunto da legenda. “Logicamente, irrita. Ninguém gosta de ouvir manifestações de desprezo”, disse o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA).
Não bastassem as críticas dirigidas ao vice-presidente Michel Temer e ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), petistas de mais de uma corrente, como a Mensagem ao Partido, do governador gaúcho Tarso Genro (PT), propuseram a exclusão do PMDB dos palanques do PT nas eleições municipais do ano que vem.
Talvez para evitar esse “mal-estar”, Temer tenha preferido comparecer ao concerto comemorativo dos 80 anos do deputado Paulo Maluf, em São Paulo, a aceitar o convite para prestigiar o Congresso do PT. Porém, fiel ao estilo conciliador, o vice diz apenas que “essas manifestações mais radicais são facilmente superadas pela forte relação que os dois partidos consolidaram ao longo da aliança”.
No mesmo tom do vice, o senador Eduardo Braga (PMDB-AM) pondera que essas manifestações mostram a pluralidade de opiniões no partido aliado, da mesma forma que um congresso peemedebistas também reuniria os grupos mais radicais de esquerda. “Se você deixar o PMDB se manifestar em uma plenária ampla como a petista também vai encontrar de tudo. Mas isso não significa que as posições mais extremadas representam a cúpula ou a média do pensamento do partido”, diz Braga. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.