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Estado de Minas

PP rechaça reconciliação com ministro das Cidades

Deputados ligados ao líder do partido e avisam ao Planalto que vão apoiar o governo independentemente da permanência de Negromonte


postado em 26/08/2011 06:00 / atualizado em 26/08/2011 08:46


Brasília – A tentativa de pacificação da bancada do PP engendrada pelo ministro das Cidades, Mário Negromonte, não sobreviveu 24 horas. O grupo que hoje ocupa a liderança do partido e tem o apoio de 28 dos 41 deputados pepistas resiste a promover um jantar em homenagem ao ministro na próxima terça-feira, como foi sugerido pelos apoiadores de Negromonte. Um dos expoentes desse grupo comentava reservadamente por telefone com outro integrante da bancada do PP que esse jantar “soaria falso” neste momento.

"Aqui e acolá a gente tropeça em uma palavra ou em uma frase, mas eu jamais vou tropeçar na ética" - Mário Negromonte, ministro das Cidades (foto: Paulo de Araújo/CB/D.A Press - 10/8/11 )
Os deputados que apoiam o atual líder, Aguinaldo Ribeiro (PB), trocaram nessa quinta-feira uma série de telefonemas e avaliaram que as insinuações que o ministro fez sobre seus colegas de partido numa entrevista publicada esta semana na imprensa — afirmando que muitos têm “ficha corrida” — inviabilizaram a reaproximação a ponto de fazer um convescote social com a presença de todos. Na quarta-feira, enquanto Dilma cobrava explicações do ministro, o grupo ligado a Ribeiro — Dudu da Fonte (PE), Esperidião Amin (SC) e Simão Sessim (RJ), entre outros — fez chegar ao Planalto que apoia o governo da presidente Dilma Rousseff, independentemente da permanência de Mário Negromonte no cargo.

Dilma, por enquanto, deixou que Negromonte siga na equipe ministerial, mas sua situação não é das melhores. Para tentar dar mais fôlego ao ministro, o presidente do partido, senador Francisco Dornelles (RJ), trabalhou nas últimas 48 horas para separar as estações de disputa: uma é a briga pelo controle da bancada, polarizada entre o grupo composto pelo ministro e a facção comandada pelo corregedor da Câmara, deputado Dudu da Fonte, e pelo senador Ciro Nogueira (PI). A outra é o Ministério das Cidades, um dos maiores orçamentos da Esplanada — R$ 22 bilhões.

O volume de recursos sob tutela da pasta só perde para os ministérios da área social — Previdência Social, Saúde, Educação, Desenvolvimento Social e Combate à Fome — e para a Defesa, que concentra todos os pagamentos de pessoal das três Forças: Exército, Marinha e Aeronáutica. Mas diante do sexto orçamento da Esplanada — que inclui ainda as obras de mobilidade urbana dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Copa do Mundo de 2014 —, o PP não pretende dispensar a pasta por causa da briga dos deputados pelo comando da bancada.

Avaliação do cenário 

Negromonte foi aconselhado a se manter afastado da briga pelo controle da bancada para ver se consegue se reaproximar do grupo dos 28. Esses parlamentares têm reunião marcada na próxima terça-feira para reavaliar o cenário político interno. É aí que Dornelles vai tentar convencer o grupo a fazer um jantar de desagravo ao ministro.

Se o noticiário do fim de semana não trouxer nada explosivo contra o ministro, e Dornelles conseguir com que as alas do PP mantenham, na semana que vem, a bandeira branca hasteada, Negromonte ganhará uma sobrevida no cargo. Se esses fatores não se confirmarem, o PP pretende trabalhar nomes alternativos para o comando das Cidades, que serão apresentados rapidamente à presidente Dilma.

Ministro para cá, partidos para lá

A ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, afirmou que o governo não vai interferir em disputas internas dos partidos da base, nem admitir que elas atinjam os ministros. Ideli advertiu que a permanência dos titulares das pastas é uma decisão que cabe exclusivamente à presidente Dilma Rousseff, em recado ao PP e ao PMDB. Parte dos deputados do PP não apoia o ministro da legenda, Mário Negromonte (Cidades). E há deputados peemedebistas insatisfeitos com a liderança de Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e o privilégio dado por ele a alguns parlamentares. A vice-presidente da Câmara, Rose de Freitas (PMDB-ES), chegou a defender a saída do ministro Pedro Novais (Turismo). Ideli admitiu que o apoio do líder do PR na Câmara, Lincoln Portela (MG), à CPI da Corrupção esfria a  reaproximação da sigla com o governo. “Agora, é um pouco mais de paciência e litros de saliva", disse a ministra.


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