A concorrência teve como presidente da comissão especial de licitação, Isabel Cristina Barnasque, que em 2 de março comunicou aos interessados no certame que ele havia sido homologado à Promo Inteligência Turística. Um mês e 11 dias depois, o ministro do Turismo, Pedro Novais, nomeou a mesma servidora como coordenadora-executiva do Salão do Turismo. Servidores da Comissão de Licitação, que conversaram com o Estado de Minas com a garantia de ter as identidades preservadas, comentaram que o então secretário-executivo Frederico Silva da Costa, preso na Operação Voucher da Polícia Federal, acompanhou com interesse peculiar todo o processo, tomando conhecimento dos mínimos detalhes.
Investigação O ministro Pedro Novais assinou, 14 dias depois de promover Isabel Cristina à coordenadora-executiva do Salão do Turismo, uma portaria dando plenos poderes a Frederico Silva da Costa. O então secretário-executivo era o ordenador de despesas da pasta. Nos grampos telefônicos realizados pela PF, Costa é chamado pelos principais investigados de “reverendo”e “bambambã” do ministério. A Secretaria Executiva também assinou o contrato inicial e autorizou um aditivo no contrato. Em 11 de junho, dois dias antes da abertura do Salão do Turismo, o contrato de R$ 10,4 milhões foi elevado em R$ 347,8 mil, de acordo com a nota de empenho número 2011NE800177, disponível no Portal da Transparência do governo federal.
A Promo Inteligência Turística informou, via assessoria de imprensa, que tomou conhecimento de que não havia empresas interessadas na realização do Salão do Turismo na data da abertura dos envelopes. A empresa disse ainda não ter relações com o ex-secretário-executivo da pasta Frederico Silva da Costa, e que nunca se encontrou com o ministro Pedro Novais.