Dilma procurou Lula para conversar sobre a crise que assola sua administração, sobretudo a instabilidade na base de sustentação política do governo federal no Congresso. O ex-presidente teria aconselhado Dilma a promover mais encontros com deputados e senadores, fazer afagos nos parlamentares e "repactuar a coalizão". "Eu não usaria a palavra 'repactuação', mas é preciso manter muito sólida a relação entre PMDB e PT, com destaque ao governo federal", avaliou o vice-presidente.
Operação Voucher
Temer negou que a relação entre as duas legendas esteja estremecida e disse não acreditar que a devassa promovida no Ministério do Turismo, na Operação Voucher, possa levar a retaliações do PMDB no Congresso. "Não há o mal-estar que se imagina". O vice-presidente considerou que houve "exageros" na ação policial e reconheceu que ficou "chocado" com o uso de algemas na detenção dos suspeitos. "De vez em quando eu ouço dizer que há provas robustas, mas onde estão as provas?", questionou. "Confesso a vocês que a história das algemas pegou muito mal", afirmou.
Temer lembrou que uma súmula do Supremo Tribunal Federal (STF) determina que as algemas só devem ser utilizadas em caso de periculosidade intensa. "Convenhamos, fazer o que fizeram com o ex-deputado Colbert Martins, que tem o apreço de toda Câmara, foi absolutamente desnecessário", disse. "É esse cuidado que se precisa tomar", advertiu.