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Estado de Minas

Pimentel admite candidatura ao governo de Minas em 2014

"O senador Aécio Neves é liderança importante do campo da oposição", afirma o ministro


postado em 07/08/2011 07:38

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel (PT), admite a candidatura ao governo de Minas. “Acho que a minha trajetória de certa forma me qualifica para a disputa do cargo de governador”, afirmou ele, que no pleito do ano passado não conseguiu viabilizar sua candidatura dentro do PT. Para as eleições municipais do ano que vem, Pimentel defende o apoio à reeleição de Marcio Lacerda (PSB) em Belo Horizonte. “Não vejo motivo para mudar aquilo que deu certo e está dando certo. Refiro-me ao prefeito Marcio Lacerda, do PSB, que tem um vice do PT”, diz. Pimentel considera, entretanto, “pouco provável” que o PSDB integre a coligação, argumentando que sequer houve aliança com os tucanos em 2008. “Houve um entendimento naquele momento entre a pessoa física do prefeito que era eu e a pessoa física do governador Aécio Neves (PSDB). Mas foi só isso. Você vai me perguntar: essa situação – porque não é aliança – vai se repetir nesta eleição? Não sei. Acho pouco provável.”

Agora que assumiu funções no governo federal, o senhor está afastado da política de Minas? O senhor pensa em se candidatar ao governo do estado em 2014?

Penso. Claro que penso em 2014, não posso deixar de pensar. Acho que a minha trajetória de certa forma me qualifica para a disputa do cargo de governador. Agora, se isso vai se efetivar mesmo, só o tempo dirá. De fato, o meu nome está posto como um dos possíveis. E se me perguntar se rejeito isso, vou dizer que não, de jeito nenhum. Mas daí a dizer que já sou candidato desde já… Ninguém é candidato três anos antes do prazo. Isso é lá na frente. Agora sou ministro e quero fazer um bom trabalho no ministério.

Nas eleições municipais de 2008, o senhor encabeçou uma aproximação política com o então governador Aécio Neves (PSDB), hoje senador, um quadro da oposição e potencial adversário do PT nas eleições presidenciais de 2014. O senhor se arrepende de ter se aliado a Aécio para eleger Marcio Lacerda (PSB)?

Não. De maneira nenhuma. A aproximação que tive com Aécio foi pessoal, porque não representávamos entidades partidárias. Eu era prefeito e ele, governador. Foi uma relação institucional e pessoal que engendrou ao fim, que estivéssemos ocasionalmente juntos com o Marcio. Acho que foi muito bom para a cidade. Agora, o governador é de um partido adversário do meu. Tenho relações fraternas com ele, o considero de minhas relações pessoais, mas não tenho nenhuma identidade partidária. Inclusive, ele foi meu adversário nas eleições passadas: apoiei a presidente Dilma e ele Serra. Também fui candidato a senador contra a chapa liderada por Aécio. Não vejo problema algum nisso, é da democracia. Não me arrependo. O que não quer dizer que ache que vai ocorrer de novo. O senador Aécio Neves é liderança importante do campo da oposição. Então, dificilmente, vai marchar conosco, mesmo numa eleição municipal. Por isso, essa hipótese da aliança sequer está colocada.

Para o ano que vem, o senhor acha que o PT deve reeditar a ampla aliança em torno de Marcio Lacerda ou deve lançar candidatura própria?


Não vejo motivo para mudar aquilo que deu certo e está dando certo. Refiro-me ao prefeito Marcio Lacerda, do PSB, que tem um vice do PT. Está fazendo um governo bom, está sendo bem avaliado pela população. Sei que o prefeito quer manter esse arranjo, essa aliança política e governamental. Acho que é o melhor caminho para a cidade.

O PSDB está também na coalizão de governo. Seria possível, em sua opinião, a reedição da aliança com o PSDB para a PBH?

Não houve aliança com o PSDB em 2008. Houve um entendimento naquele momento entre a pessoa física do prefeito, que era eu, e a pessoa física do governador. Mas foi só isso. Você vai me perguntar: essa situação – porque não é aliança – vai se repetir nesta eleição? Não sei. Acho pouco provável.

Dizem que a presidente Dilma Rousseff (PT) é mais enérgica para cobrar – e às vezes até dar bronca – dos ministros que estão em seu círculo de amizade do que dos demais. Isso se aplica ao senhor?

Não tem nada disso. Sei separar muito bem o que é uma relação pessoal de uma relação funcional de trabalho. Como ministro, sigo a liderança dela. Agora, me reservo ter a relação pessoal fora do ambiente de trabalho. Tem um pouco de mito, de lenda nessa história das cobranças. Dilma é muito firme nas suas opiniões, mas não vai muito além disso.

Como o senhor avalia a saída de Nelson Jobim do Ministério da Defesa, depois de tantas declarações e ataques às colegas ministras?

Lamentei a saída dele, tenho relações fraternas, acho um quadro competente. Criou-se uma situação insustentável do ponto de vista político pessoal dada as declarações atribuídas a ele ou que foram dele. Lamentei. É uma pessoa que contribuiu muito para a vida pública. Foi substituído por um grande quadro. Celso Amorim é uma contribuição enorme para o governo, experiente, com trajetória reconhecida como diplomata. Lamento a saída de um e saúdo a entrada de outro.

Como os militares vão reagir à presença de um diplomata no Ministério da Defesa?

Temos Forças Armadas inteiramente constitucionalistas. Trocar ministro faz parte da democracia. O Brasil chegou num estágio do qual devemos nos orgulhar. É um país com recursos naturais abundantes que podem ser aproveitados de forma sustentável, um equilíbrio entre população e território, capacidade tecnológica e vocação empresarial. Tudo isso está emoldurado por um cenário de segurança institucional que só as democracias proporcionam. Alguém diria que os regimes fechados são mais seguros. Ao contrário. Haja vista o que está ocorrendo nos países árabes. Quem diria, há um ano, que assistiríamos à rebelião nos países árabes? As democracias permitem acomodar as tensões, as pressões e contrapressões e ao final proporcionam esse ambiente de segurança.

A indústria brasileira está sob forte pressão do câmbio baixo e dos produtos chineses. A sua pasta acaba de lançar o chamado Plano Brasil Maior. Quais são as principais diretrizes e qual será o seu impacto sobre as economias estaduais?

Esse plano de desenvolvimento industrial tem um conjunto de medidas, algumas estruturais outras conjunturais, com um foco muito forte na questão da inovação e da agregação de valor nas cadeias produtivas, na busca de aumentar o conteúdo local, nacional na indústria brasileira. O objetivo é recuperar a competitividade de nossa indústria, principalmente do setor de manufaturados, que neste momento é o mais atingido pela valorização do câmbio. Algumas dessas medidas têm um caráter conjuntural para resolver problemas de médio prazo e outras são estruturais, vieram para ficar e produzir transformações mais profundas no sistema produtivo, adequando a nossa indústria para um novo paradigma industrial do século 21. São medidas voltadas para a defesa do mercado interno. Há também medidas voltadas para o estímulo às exportações, ao investimento e à inovação tecnológica. Essas não têm diferenças setoriais marcantes. Os estados com economias mais exportadoras, mais inovadoras e com maior participação na cadeia produtiva de bens de capital serão mais beneficiados em médio prazo. Nesse sentido, Minas está bem posicionada.

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