Apesar de toda contrariedade, os militares, disciplinados, não tomarão nenhuma atitude contra Amorim. Não há o que fazer, além de bater continência para o ocupante de uma das carreiras que os militares mais têm rivalidade. Para os militares, a escolha de Amorim tem "o dedo de Lula", dizem."É quase como nomear o flamenguista Márcio Braga para o cargo de presidente do Fluminense ou do Vasco, ou vascaíno Roberto Dinamite como presidente do Flamengo", comparou um militar. "O governo está apostando na crise", observou outro oficial-general, explicando que o
Jobim conquistou autoridade mas ninguém sabe como será a reação da tropa caso haja algum problema que Amorim precise usar sua autoridade.
O maior problema para os militares é que durante todo o governo Lula,Celso Amorim usou a ideologia para tomar decisões e conduzir a política externa brasileira. Além disso, Amorim priorizou a relação com Fidel Castro, de Cuba, e Hugo Chàvez, da Venezuela, além de Mahmoud Ahmadinejad, do Irã. "Ele colocou o MRE a serviço do partido",salientou outro militar, acrescentando que temem, por exemplo, em relação à condução do programa nuclear brasileiro, já que Amorim sempre teve o que chamam de "posição perigosa" de ser favorável a assinatura de protocolo adicional, que limitaria programas de pesquisa das Forças Armadas.