As primeiras bolsas do Brasil sem Fronteiras devem começar a ser distribuídas no ano que vem. Hoje os destinos mais procurados pelos estudantes brasileiros no exterior são Estados Unidos, França e Alemanha.
O objetivo do governo é melhorar a qualificação da mão de obra disponível no país capaz de empreender um ciclo de desenvolvimento de alta tecnologia. O Brasil tem déficit, por exemplo, de doutores. A presidente disse, em outras ocasiões, que o país não consegue dar um salto de qualidade se for dependente de outras nações na área tecnológica. “O Brasil tem um gap de conhecimento que precisa ser resolvido”, afirmou a presidente.
Nasa No exterior, Dilma está de olho especificamente em milhares de engenheiros demitidos da Agência Espacial dos Estados Unidos (Nasa, na sigla em inglês) nos últimos anos em decorrência do fim das missões com ônibus espaciais. “Tem muito cientista desempregado nos Estados Unidos e na Europa. Só a Nasa demitiu 4 mil engenheiros”, afirmou a presidente. De acordo com o projeto de Dilma, os estrangeiros seriam admitidos por até 10 anos pelas instituições de ensino brasileiras. “É preciso criar uma carreira especial temporária com duração de cinco anos, renovável por mais cinco anos”, emendou. “Nós precisamos de cientistas e pesquisadores de fora”, disse. Como atrativo aos estrangeiros, o governo pretende conceder uma série de benefícios, como auxílio-moradia.
Dilma afirmou ter discutido a proposta com o professor Miguel Nicolelis, neurocientista, pesquisador da Duke University e entusiasta de iniciativas que visem descentralizar a pesquisa científica brasileira do eixo Rio-São Paulo.