A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, estará nesta quinta-feira em Belo Horizonte para cumprir extensa agenda em sua terceira visita oficial ao estado. Além de novidades, como o incentivo a iniciativas envolvendo economia criativa, ela traz na bagagem temas como a mudança nas leis de incentivo e dos direitos autorais – polêmicas inevitáveis de sua pasta.
“Estive em Minas antes, meio correndo. Desta vez, a agenda será intensa. Vou visitar as sedes reformadas da Fundação Nacional de Arte (Funarte) e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), além de me encontrar com a secretária de estado da Cultura, Eliane Parreiras, e de receber representantes do setor em audiência”, afirma Ana de Hollanda. A ministra também vai conhecer o Museu de Artes e Ofícios (MAO), na Praça da Estação, e o Circuito Cultural Praça da Liberdade em companhia do governador Antonio Anastasia.
Nesta sexta-feira, além de empossar oficialmente a representante do Ministério da Cultura no estado, Cesária Macedo, Ana de Hollanda dará continuidade às audiências e visitas. Vai conversar com o presidente da Fundação Assis Chateaubriand, Edson Zenóbio, diretor-geral do Estado de Minas, e com o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, Olavo Machado Jr., com quem discutirá a capacitação de professores em cursos de pós-graduação na área da cultura. Ela participará da reinauguração do Teatro Sesiminas, no Bairro Santa Efigênia. Na manhã de sábado, a ministra irá para Brumadinho. “Finalmente, vou conhecer Inhotim. Quero passar o dia inteiro lá”, diz.
"Economia criativa"
Em discussão no ministério, a economia criativa vem sendo diretamente tratada pela titular de uma pasta especialmente criada para isso. Trata-se de Cláudia Leitão, cuja experiência, segundo a ministra, permitirá o mapeamento da criação em todo o país. “O mundo inteiro está se despertando para o peso da criação na economia”, ressalta. “Quando falamos em economia criativa, temos de pensar em tudo: do artesanato à indústria, passando por música, teatro, dança, cinema e outros setores que geram empregos”, acrescenta.
“As pessoas estão sempre atrás de alguém que será contratado para fazer, ficam esperando convites”, constata. Para ela, não é mais possível tratar obra de arte como simples objeto de decoração. “Há bairros e cidades que são verdadeiros polos criativos ao explorar, por exemplo, o artesanato”, acrescenta, salientando que o mapeamento completo da cultura criativa vai detectar de criadores a consumidores, passando por financiadores e distribuidores em atividade no país.
Em tramitação no Congresso, as mudanças na Lei de Incentivo à Cultura se encontram em análise nas comissões de Finanças e Tributação. “Isso ainda vai gerar muita discussão”, prevê a ministra. Já a promessa de criação do vale-cultura pode sair do papel. A proposta deve ser votada pela Câmara dos Deputados no segundo semestre, assim como o Projeto de Lei nº 116, que trata do conteúdo da produção nacional das TVs por assinatura, encaminhado ao Senado.