A direção nacional do PSDB admite disputar a sucessão da Prefeitura de Belo Horizonte ao lado do PT. Embora a orientação seja a candidatura própria nas capitais brasileiras, os tucanos poderão apoiar a reeleição do prefeito Marcio Lacerda (PSB), mesmo que a chapa tenha a participação de petistas – uma reprise da polêmica aliança acertada nas eleições de 2008. Um acordo nesse sentido teria como pano de fundo mais uma arma para garantir a presença do PSB em uma chapa encabeçada pelo PSDB na disputa presidencial de 2014.
Na pauta do encontro, uma nova cara para o PSDB e as eleições do ano que vem. O objetivo dos tucanos é eleger pelo menos 900 prefeitos no interior e o maior número possível de capitais. Questionado sobre uma reedição da aliança envolvendo também o PT na disputa do ano que vem, foi taxativo: “Temos que fazer alianças as mais diversificadas e temos que ter votos no campo do adversário para que a próxima eleição seja nossa. Então nosso problema é disputar as eleições com o PT, e vamos disputar em vários lugares. Mas estamos abertos a composições muito gerais porque entendemos que o Brasil vai sofrer mudanças nos próximos anos”, afirmou o presidente da legenda.
Na dúvida se a aliança vai se repetir – e com quem o prefeito Márcio Lacerda vai querer se aliar caso seja obrigado a escolher –, os tucanos mineiros já articulam um plano B para o ano que vem. No mês passado, o presidente estadual da legenda, Marcus Pestana, almoçou com representantes do PPS, PV e PRP – três partidos que têm pré-candidatos a prefeito da capital: os deputados estaduais Luzia Ferreira, Délio Malheiros e João Vitor Xavier, respectivamente. Dentro do PSDB, estão cotados o também deputado estadual João Leite e o deputado federal Rodrigo de Castro.
Na ocasião, Pestana afirmou se tratar de um “encontro inicial” para uma interlocução sobre o futuro de Belo Horizonte. “São pessoas que têm valores que compartilhamos. Política não se faz num rumo só”, justificou.
Enquanto isso...
No PT, segue a divisão interna
Parte do PT defende a candidatura própria para que os petistas voltem, como cabeças de chapa, ao comando da capital, passado ao PSB depois de 16 anos seguidos no poder. A ala ligada ao vice-prefeito Roberto Carvalho trabalha por um nome do partido, que poderia ser ele próprio. No entanto, cresec na legenda o sentimento de que a aliança com o prefeito Marcio Lacerda (PSB) é prioritária, dentro da política de alianças com aliados da presidente Dilma Rousseff (PT) no plano nacional. Aí outro racha: enquanto alguns defendem a reedição da dobradinha com o socialista sem a presença formal ou informal dos tucanos, outros entendem que se o PSDB não fizer oficialmente parte da coligação eles serão bem-vindos.