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Estado de Minas

Plano Real e ética são a herança de Itamar Franco, ressaltam senadores

Senadores se alternam no plenário para enaltecer a memória de Itamar Franco como pai do programa de estabilização econômica e garantidor do processo de redemocratização


postado em 06/07/2011 06:00 / atualizado em 06/07/2011 08:14

"Completou o mandato presidencial para o qual foi eleito, interrompido pelo processo de impeachment, dando prosseguimento não só ao plano de privatizações e de abertura econômica , mas principalmente à integral e definitiva consolidação democrática do país" - Fernando Collor, senador (PTB-AL) (foto: Waldemir Barreto/Agência Senado - 31/5/11)

Na primeira sessão plenária no Senado depois do velório de Itamar Franco, os colegas parlamentares lembraram, nessa terça-feira, suas principais realizações como presidente da República e suas qualidades como homem público ético e honesto. O ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTB-AL), antigo desafeto do senador mineiro, surpreendeu, em um dos discursos mais contundentes, ao reconhecer a contribuição de seu vice-presidente para o processo de redemocratização do Brasil, e destacou a importância do governo do político mineiro para a estabilidade econômica.

Apesar da cordialidade entre os dois ex-companheiros de chapa nos primeiros dias de trabalho no Senado, passaram a se desentender já na campanha eleitoral de 1989, quando a dobradinha saiu vitoriosa nas urnas. Tanto nas ideologias políticas quanto na personalidade eles tinham posturas bem diferentes, que ficaram evidentes assim que Collor assumiu a Presidência. Em julho de 1991, o mineiro se manifestou publicamente contrário à forma com que o governo articulava a privatização da Usiminas, afirmando que a operação prejudicaria a economia de Minas Gerais. Itamar questionou também a aplicação dos recursos obtidos com a venda de empresas, afirmando que deveriam ser usados em investimentos na área social.

Collor insistia em ignorar o vice, sem levar em consideração suas ponderações sobre as medidas adotadas pelo governo. Nessa terça-feira, em discurso na tribuna do Senado, Collor ressaltou a atuação do antigo desafeto como presidente. “Entre 92 e 94, ele completou o mandato presidencial para o qual foi eleito, interrompido pelo processo de impeachment, dando prosseguimento não só ao plano de privatizações e de abertura econômica do mercado, mas principalmente à integral e definitiva consolidação democrática do país”, afirmou, reiterando a importância desse feito para a “plena estabilidade política e institucional de que atualmente desfrutamos”.

O papel de Itamar na articulação para o retorno da democracia depois do período da ditadura militar também foi relembrado por Collor, que enfatizou sua participação nas eleições legislativas de 1974, quando o MDB conseguiu eleger a maioria das cadeiras no Congresso. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a destacar as qualidades do político mineiro e lamentou a demora para que alguns políticos tenham suas ações valorizadas, citando Itamar como exemplo de injustiça pela falta de reconhecimento.

Plano Real

Entre os companheiros de Senado, não faltaram elogios ao político mineiro. Tanto suas características pessoais quanto as ações na Presidência, foram lembradas nos discursos. “Se alguém fizer um exame de DNA do Plano Real, verá que ele é o pai”, brincou o senador João Pedro (PT-AM). Outro petista a destacar a atuação de Itamar foi Eduardo Suplicy (PT-SP), que ressaltou a seriedade e hombridade durante seus mandatos e afirmou que “a ética está de luto com a morte de Itamar”.

O senador Aécio Neves (PSDB) apresentou ao Congresso um requerimento para homenagear o ex-presidente em sessão especial na Casa, marcada para 10 de agosto. A solenidade deve contar com a presença dos senadores e deputados federais, além de familiares do senador. No plenário, Aécio reforçou a exemplar trajetória política de Itamar e seu comprometimento desde que retornou ao Senado. “Itamar foi um dos maiores defensores do Poder Legislativo. Vinha lutando bravamente para que as prerrogativas do Parlamento não continuassem sendo usurpadas, como vem ocorrendo, pelo excesso de edições de medidas provisórias”, disse Aécio.

Cinzas

A assessora particular do ex-presidente Itamar Franco, dona Neuza, confirmou que as cinzas do ex-presidente serão enterradas em Juiz de Fora. A cerimônia está marcada para sexta-feira, às 11 horas, e a urna ficará no túmulo de sua mãe, dona Ítalia, no Cemitério Municipal. Depois de ser velado em sua cidade natal e em Belo Horizonte, com visita de mais de 40 mil pessoas, o corpo foi cremado no final da tarde de segunda-feira, em Contagem. A cerimônia atende um pedido do ex-presidente.


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