A presidente Dilma Rousseff vai manter Roberto Gurgel no comando da Procuradoria Geral da República (PGR). A recondução deve ser feita ainda nesta semana. Gurgel está na chefia da PGR desde julho de 2009, e o mandato atual termina no próximo dia 22. Na consulta feita pela Associação Nacional do Procuradores da República (ANPR), Gurgel foi o mais votado, seguido dos nomes dos subprocuradores Rodrigo Janot Monteiro de Barros e Ela Wiecko Volkmer de Castilo. Os nomes mais votados pela categoria foram levados ao Planalto pelo presidente da ANPR, Antonio Carlos Bigonha.
Gurgel marcou seu primeiro mandato com quatro decisões importantes: defendeu no Supremo Tribunal Federal (STF) a condenação de Antonio Palocci por violação de sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa - violação que aconteceu em 2006, quando Palocci era ministro da Fazenda do primeiro mandato do governo Lula (2003-2006); o arquivamento, no mês passado, de um pedido de abertura de inquérito para investigar o então ministro-chefe da Casa Civil Antonio Palocci, no governo Dilma; o arquivamento de um pedido de inquérito contra o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB-SP) e a abertura de inquérito contra a deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF) flagrada em vídeo recebendo dinheiro do esquema conhecido como mensalão do DEM de Brasília. O vídeo foi mostrado em primeira mão pelo portal do Estadão, estadão.com.br.
Uma decisão aguardada é a denúncia do esquema do mensalão do DEM que tinha na liderança o ex-governador José Roberto Arruda. O inquérito mãe (nº 650) vai completar dois anos em setembro próximo, mas Gurgel ainda não ofereceu a denúncia do esquema. Por conta do mensalão, Gurgel pediu intervenção federal no governo do Distrito Federal, mas teve o pedido negado pela maioria dos ministros do STF.