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Estado de Minas

A postura dos ex-presidentes


postado em 19/06/2011 08:56

A data era 19 de agosto de 2002. O país estava à beira da bancarrota, o dólar tinha rompido a casa dos R$ 3. Então presidente da República, Fernando Henrique Cardoso (PSDB) reunia os presidenciáveis José Serra (PSDB), Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Ciro Gomes (PPS) e Anthony Garotinho (PSB), que disputavam a sua sucessão. Na pauta do encontro, o aval dos candidatos ao acordo do Brasil com o Fundo Monetário Internacional (FMI), para um empréstimo de R$ 30 bilhões. O temor do mercado era uma eventual vitória de Lula. O que ele faria com a economia? Lula foi ao encontro, lançou em seguida a sua Carta ao povo brasileiro, ganhou a eleição e seguiu a cartilha ortodoxa na economia. O país cresceu em seu governo e continua em boa situação até hoje. O PSTU não foi convidado para o encontro. E nem iria. Fez alguma diferença?

Hoje ex-presidente, Lula preferiu não rebater as críticas de Fernando Henrique em entrevista ao Estado de Minas na semana passada. Optou pelo silêncio. Bem, pelo menos em relação a FHC, porque seu esporte preferido atualmente é bater no ex-governador de São Paulo José Serra. E foi o que ele fez. Deixou Fernando Henrique e partiu, bem-humorado, para cima de Serra, lembrando o episódio da campanha eleitoral do ano passado, “quando um meteorito de papel atingiu” a cabeça do então candidato tucano. As críticas de FHC a Lula são do jogo político. As de Lula a Serra também. A postura de ex-presidentes, no entanto, deve seguir um ritual.

Basta ver como se comportam os ex-presidentes dos Estados Unidos. Democratas ou republicanos, colocam o país acima de suas diferenças. Os candidatos de 2002 agiram assim. Os ex-presidentes de agora podem fazer o mesmo. O Brasil merece gestos de grandeza.

Gentilezas

É grande a movimentação no ninho tucano em torno da homenagem ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, no dia 30. E com um detalhe: depois da gravação com elogios que a presidente Dilma Rousseff fez a FHC, o PSDB decidiu convidar alguns integrantes do governo para participar da festa. Como se diz, se Dilma foi gentil com Fernando Henrique, os tucanos serão gentis com ela. Já o ex-presidente Lula (foto) prefere continuar ignorando as críticas de FHC.

Nada ainda

Os tucanos mineiros ironizam o anúncio de que a presidente Dilma Rousseff vem a Minas anunciar obras, entre elas o primeiro trecho da BR-381, a Rodovia da Morte, no trecho até Caeté. Lembram que em Belo Horizonte só o governo do estado e a prefeitura têm investido, com obras na Linha Verde, como o viaduto da Rua Jacuí e das avenidas Antônio Carlos e Pedro I. Cobram, por exemplo, uma resposta sobre o metrô e o fim da novela envolvendo o Anel Rodoviário.

Não pagou

Deputado federal mineiro, conhecido por suas falcatruas, pediu à deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF) R$ 400 mil por cada voto contrário à sua cassação no processo que corria no Conselho de Ética da Câmara Federal. Ela não topou e o conselho aprovou a perda de seu mandato. A situação de Jaqueline agora será decidida no plenário da Casa. A votação é secreta.

Na hora H

O feriado desta semana vem a calhar para as ministras Gleisi Hoffmann e Ideli Salvati, que farão a coordenação política do governo. É que o Congresso deve ficar vazio e elas ganham tempo para arrumar a casa e tomar pé da situação. Quando os deputados e senadores voltarem na semana que vem, elas terão muito trabalho para afinar o discurso de temas complicados como os royalties do petróleo, a regulamentação da Emenda 29 e a PEC-300, do piso dos policiais.

Santo de barro


Não foi à toa que o Palácio do Planalto não repetiu, no Senado, a tática de pedir urgência na tramitação do projeto do novo Código Florestal. Depois da derrota na Câmara dos Deputados, a ordem da presidente Dilma Rousseff é ir devagar com o andor porque o santo ruralista é de barro. Numerosa, a bancada ruralista está a postos para manter o texto aprovado pelos deputados. O governo quer mudar, mas, neste caso, querer não é poder.

PINGA FOGO

O ex-presidente Lula também atacou a imprensa. Será que é porque ela publicou a entrevista de Fernando Henrique Cardoso? Ou será o “problema psicológico” que FHC falou?

O governo federal faz mais concessões para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 do que exigem a Fifa e o Comitê Olímpico Internacional. Não dá para dizer que ele está jogando um bolão.

O Procon da Assembleia Legislativa detecta aumento de preços dos produtos típicos das festas juninas. Não dá para soltar foguetes para esta notícia.

No debate sobre a reforma política, os deputados estaduais vão falar sobre o papel das mulheres na questão. Em temporada de ala feminina em alta no governo Dilma, é oportuna a ideia.

O Palácio do Planalto confirma dois nomes peemedebistas para o comando da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Começa a “abastecer” a aliança com o PMDB.

Mesmo assim, ainda insatisfeita, a base aliada prepara armadilhas para o governo Dilma. Entre elas, a PEC-300, do piso dos policiais, e a Emenda 29, das verbas da saúde. Todo cuidado é pouco.


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