Deputados estaduais da base e da oposição se exaltaram durante a sessão Plenária desta quinta-feira, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, com direito a palavrões e dedo na cara. A confusão começou quando, à pedido do deputado Carlos Mosconi (PSDB), a reunião foi subitamente encerrada pelo 2º vice-presidente, deputado Inácio Franco (PV), que presidia os trabalhos, sem que ele tivesse feito a contagem dos deputados presentes.
No momento do encerramento, três deputados da oposição - Elismar Prado (PT), Paulo Guedes (PT) e Rogério Correia (PT) - estavam posicionados para fazerem discursos e começaram um debate acalorado, xingando o deputado Inácio Franco. Eles acusaram a base de ter tomado uma atitude autoritára ao impedir que a oposição se manifestasse.
Bastante exaltado, o deputado Paulo Guedes acusou o governo de sempre terminar as reuniões quando a oposição pede a palavra. ''É um absurdo, um descaso, um desrespeito com a oposição'', criticou. ''A oposição tem direito a ter voz no Legislativo, e a nossa tem sido cassada'', esbravejou o deputado. Outros deputados fizeram coro a Guedes e acusaram o governo do estado de interferir no poder Legislativo.
O líder da maioria, Gustavo Valadares (DEM), contemporizou e disse que não existe nenhuma orientação do governo para abafar a oposição. Segundo o deputado, muitas vezes é a oposição quem pede o encerramento da reunião, o que ele considerou ''mais do que normal''.
Mesmo sendo da base aliada de Antonio Anastasia (PSDB), o deputado Sargento Rodrigues, líder do PDT, se revoltou com a atitude da presidência da mesa. "Repudio essa medida. O Parlamento tem que ter independência", afirmou. Seguranças da Assembleia apartaram os deputados para acabar com a confusão.
Depois do incidente, o Bloco Transparência e Resultado, de sustentação do governo, divulgou nota afirmando que a oposição agiu de forma ''desrespeitosa e agressiva'', tentando se sobrepor ao regimento interno da casa. ''A tarde desta quinta-feira ficará marcada na história da Assembleia pela ação destemperada e violenta de um grupo de parlamentares da oposição que agrediu verbalmente o presidente da sessão que estava em curso''. A nota ainda acusa a oposição de ser ''despreparada para lidar com os ritos democráticos''.