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Estado de Minas

PT aprova refiliação de Delúbio Soares


postado em 29/04/2011 21:19 / atualizado em 30/04/2011 11:49

Um dos últimos personagens do escândalo do mensalão ainda no ostracismo político foi resgatado pelos petistas. Ex-tesoureiro do PT à época do caso, Delúbio Soares foi reabilitado pelo partido na noite dessa sexta-feira, 29, durante reunião do Diretório Nacional da legenda. Os delegados petistas decidiram aceitar o pedido de refiliação do político, cinco anos depois de ele ter admitido a prática de caixa dois durante as campanhas eleitorais de 2002 e 2004. Com o ex-deputado José Dirceu e o presidente petista à época do mensalão, José Genoino, na plateia, a volta de Delúbio foi aprovada por 60 votos favoráveis, 15 contrários e duas abstenções.

Depois de cumprir o purgatório político pós-escândalo, Delúbio apresentou uma carta pedindo o perdão do partido na quinta-feira. A solicitação foi votada após o lobby de três petistas favoráveis ao ex-militante: Ricardo Berzoini (SP), um dos responsáveis por encaminhar a expulsão de Delúbio na crise do mensalão; o ex-deputado federal Virgílio Guimarães (MG) e Bruno Maranhão, que se tornou célebre por liderar uma invasão do Movimento de Libertação dos Sem Terra à Câmara, em 2006.

A principal corrente petista, formada pelas tendências Construindo um Novo Brasil, PT de Luta e de Massas e Novos Rumos, pavimentou o retorno do ex-tesoureiro. A corrente responde por quase 60% dos votos do Diretório Nacional, que tem 84 membros. Outra tendência que apoiou a reabilitação foi a Movimento PT, que tem 10 cadeiras no colegiado.

Dentro da política petista, as correntes mais à esquerda, como a Democracia Socialista e a Militância Socialista, se opuseram ao retorno. Tendência influente, a Mensagem ao Partido, do governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, se dividiu. Discutido a portas fechadas, o tema ainda causa constrangimento à maior parte dos petistas. O próprio presidente eleito da legenda, o deputado estadual Rui Falcão (SP), preferiu tergiversar sobre o retorno do ex-tesoureiro. “Não acho que seja vantagem nem desvantagem”, declarou.

A volta de Delúbio era dada como certa desde a quinta-feira, quando ele foi recebido em jantar na casa da senadora Marta Suplicy. “Eu mesma votei contra o Delúbio no passado. Mas, agora, o tempo passou e os erros que ele cometeu, o sofrimento e a execração pública já foram uma punição suficiente”, afirmou Marta. Assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia fez coro. “Não acho que o Delúbio seja uma pessoa corrupta. Não fez nada em benefício próprio. Houve gestão temerária que trouxe enormes prejuízos. Por isso, naquela época eu também votei contra. Mas o tempo passou”, disse.

Lula

Presidente de honra do partido, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva evitou o encontro do Diretório Nacional do PT, mesmo estando em Brasília. Lula jantou no Palácio da Alvorada com a presidente Dilma Rousseff na noite de quinta-feira e, depois do encontro, teve diversas reuniões durante a manhã de ontem, uma delas com o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci. Chegou-se a especular a participação dele no encontro como sinal de apreço a José Eduardo Dutra, que renunciou à Presidência do PT. O ex-presidente, no entanto, preferiu não comparecer – e evitar o desgaste com a volta de Delúbio. Em ocasiões anteriores, ele havia defendido o retorno do ex-tesoureiro, sob argumento de que não existiria prisão perpétua no Brasil.


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